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Mais de 11% da população de Díli recebeu a primeira dose da vacina

Mais de 11% da população da capital timorense já recebeu a primeira dose da vacina AstraZeneca contra a covid-19, com as autoridades de saúde a procurarem acelerar a vacinação em curso, anunciaram hoje responsáveis do programa.

Os dados atualizados foram divulgados pela comissão interministerial responsável pelo plano de vacinação contra a covid-19, que deu conta da segunda fase do processo de inoculação, que começou a 10 de maio.

A porta-voz da comissão interministerial, Danina Coelho, disse que o processo de inoculação conseguiu em alguns dos dias administrar mais de 3.000 doses, com postos de vacinação instalados em vários pontos da capital.

“Já conseguimos vacinar mais de 53 mil pessoas com a primeira dose em Timor-Leste desde o início da campanha da vacinação a 07 de abril”, disse.

Globalmente, cerca de 40.800 pessoas receberam a primeira dose da vacina em Díli desde que o programa de vacinação começou em abril.

Os dados mostram, porém, uma aceleração significativa, com mais de 61% ou cerca de 25 mil pessoas a serem inoculadas desde 10 de maio na capital.

A média de vacinas administradas nos últimos 10 dias foi de cerca de 2.280, mais do dobro da média registada durante a primeira fase de vacinação, durante o mês de abril.

Em termos nacionais foram administradas até ao momento um total de 53.400 doses da vacina AstraZeneca, o que corresponde a cerca de 3,68% da população estimada de 1,45 milhões.

Questionada sobre efeitos secundários da administração da vacina em Timor-Leste, Danina Coelho explicou que até agora todos os dados reportados foram de alguns sintomas leves, com exceção de um profissional de saúde do Hospital Nacional Guido Valadares (HNGV), que teve uma reação alérgica mais grave.

“Até agora só 11 pessoas reportaram sintomas, todos leves. Houve apenas uma pessoa, um profissional de saúde, a ter uma reação alérgica mais grave. Esteve internado no HNGV, mas recuperou”, explicou.

“É comum haver situações de alergias a medicamentos”, notou.

Esta semana o Governo aprovou uma resolução que pretende acelerar o processo de vacinação em curso no país, atingindo uma média de 5.000 inoculações por dia (o dobro da média atual).

Esse plano prevê, segundo explicou Danina Coelho à Lusa, tentar alcançar as 3.000 inoculações por dia na capital e as 2.000 por dia fora de Díli.

Entre as medidas previstas na resolução determina-se que “a vacinação parcial ou completa é definida como critério relevante a adotar pela administração pública na determinação dos funcionários em regime de trabalho presencial”.

Danina Coelho explicou que cerca de metade das vacinas foram para “grupos prioritários”, recordando a necessidade de vacinação para pessoas com doenças crónicas como diabetes, tensão alta ou problemas respiratórios.

Timor-Leste está atualmente a usar um segundo carregamento de cerca de 20.000 oferecidos esta semana pela Austrália (que já tinha enviado um primeiro carregamento idêntico este mês).

Até ao final do mês antecipa-se que chegue ao país um segundo carregamento de cerca de 76 mil doses oferecidas no âmbito do mecanismo COVAX.

A vacinação em Timor-Leste começou em abril com recurso a um primeiro carregamento de cerca de 24 mil doses enviadas também pelo mecanismo COVAX.

Ainda que cada frasco permita cerca de 10 doses da vacina, responsáveis da Organização Mundial de Saúde (OMS) explicaram à Lusa que os produtores incluem sempre uma quantidade maior em cada frasco.

Cada unidade tem cerca de 6,2 mililitros, o que permite administrar entre 11 a 12 doses e assim ampliar ligeiramente o número de pessoas inoculadas.

Timor-Leste está a viver o pior momento da pandemia com 11 óbitos, máximos de casos detetados e hospitalizações, 2.398 casos ativos (novo máximo) e 5.121 casos acumulados desde o início da pandemia.

O país está em estado de emergência praticamente desde março de 2020, tem várias cerca sanitárias em vigor e confinamento obrigatório em Díli.

“Teoricamente, 70 ou 80% é o número ideal para se atingir imunidade de grupo. Mas atingindo 50 ou 60% da vacinação, e seguindo os exemplos do que outros países estão a fazer, poderia começar a relaxar-se algumas das medidas”, disse Danina Coelho.

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