Pagam milhares a um passador para chegar a Portugal. Os intermediários colocam-nos na agricultura, pagando-lhes menos do que recebem das empresas, com péssimas condições. Os imigrantes têm medo de denunciar.
Um grupo de nepaleses a trabalhar na apanha de morangos numa herdade de Almeirim sobreviveu meses em regime de escravatura. Pagaram milhares de euros para chegar a Portugal, mais 250 euros quando assinavam um contrato. Ganhavam três euros à hora, viviam em camaratas de oito pessoas, sem luz nem água canalizada, com uma casa de banho para mais de duas dezenas de pessoas.
Pagavam 55 euros pela dormida e 60 pela alimentação, deslocavam-se a pé à aldeia, longe da propriedade, para comprar galinhas. Estavam ilegais e os documentos eram cativados pelos intermediários, uma empresa inscrita nas Finanças como prestadora de serviços. Fugir ou denunciar não era hipótese.
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