O voo dos aviões de linha em formação, assim como os gansos selvagens, pode economizar entre 5% e 10% de combustível, segundo a Airbus, que anunciou esta quarta-feira (9) um acordo com companhias aéreas e órgãos de tráfego aéreo para demonstrar a viabilidade operacional
“Aves como gansos selvagens voam em forma de V para preservar sua energia. As aves na liderança ajudam com sua posição as que seguem”, explicou Jean-Brice Dumont, diretor de engenharia da Airbus, em uma conferência telemática da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI).
Cada motor de avião produz em seu rastro um turbilhão que contém uma corrente de ar crescente, da qual o avião que o segue poderia se beneficiar para reduzir a potência de seus motores e o consumo.
Em 2016, um voo de teste com um A350 que voava três km atrás de um A380 “demonstrou uma economia instantânea de mais de 10% no consumo de combustível”, explicou.
No entanto, é preciso provar a viabilidade operacional deste projeto, batizado de “fello’ fly”.
A Airbus assinou um acordo com as companhias aéreas Frenchbee e SAS Scandinavian Airlines, assim como com os órgãos de tráfego aéreo (DSNA na França, Nats no Reino Unido e Eurocontrol) para estudar como organizar os voos nessas formações de aviões, afirma a fabricante europeia em comunicado.
“De qualquer modo, a Airbus continuará trabalhando em soluções técnicas para ajudar o piloto a garantir que o aparelho se mantenha posicionado em total segurança”, acrescenta.
No decorrer do ano, a fabricante espera que haja voos de ensaio com dois A350 e que seja possível colocar o sistema em serviço em meados da década.