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Crimes contra mulheres em alta no Rio de Janeiro

Homicídios e crimes comuns diminuíram no primeiro semestre de 2020 no estado brasileiro do Rio de Janeiro, enquanto agressões físicas e sexuais contra mulheres subiram, indica um relatório divulgado na quinta-feira pelas autoridades locais. De acordo com o Instituto de Segurança Pública (ISP) do Rio de Janeiro, a queda nas taxas de criminalidade no estado foi influenciada pelas medidas de isolamento social implementadas para impedir a disseminação do novo coronavírus, que ajudaram a reduzir os crimes comuns.

No entanto, o período de confinamento social foi negativo para as mulheres, que foram mais agredidas dentro de suas casas.

O ISP afirmou que entre as mulheres vítimas de violência física no primeiro semestre deste ano, periodo em que o Rio de Janeiro e outros estados do país adotaram medidas de isolamento social, 67,2% delas sofreram agressões em casa.

No mesmo período do ano passado, as agressões e crimes contra as mulheres em casa representavam 60,3% do total.

Os dados também mostraram que 68% das vítimas de crimes que são mulheres sofreram agressão sexual em casa, número maior do que a percentagem de 57,4% registada nos primeiros seis meses de 2019.

Já os dados sobre crimes comuns apresentaram uma queda. Entre janeiro e junho, o Rio de Janeiro somou 1.953 vítimas de crimes violentos letais, menos 10,2% do que no período homólogo de 2019. Foi o menor número registado neste período nos últimos 21 anos.

Mortes provocadas pela polícia, roubos de carros de carga também diminuíram.

Agentes da polícia provocaram 775 mortes nos seis primeiros meses de 2020 no Rio de Janeiro. Na comparação com o ano passado, o indicador apresentou uma descida de 12%.

Os roubos de cargas no Rio de Janeiro somaram 2.556 casos nos seis primeiros meses de 2020. Na comparação com o mesmo período de 2019, o indicador apresentou uma queda de 36% relativamente ao primeiro semestre do ano passado.

Também os roubos de veículo apresentaram a mesma tendência, com 13.797 ocorrências nos seis primeiros meses de 2020. Em comparação com o mesmo período do ano passado, o indicador apresentou queda de 36%.

O Brasil é o país lusófono mais afetado pela pandemia e um dos mais atingidos no mundo, ao contabilizar o segundo número de infetados e de mortos, mais de dois milhões de casos e 76.688 óbitos, depois dos Estados Unidos.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 585 mil mortos e infetou mais de 13,6 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

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