A estimativa é do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) britânico e calcula em 200.000 os residentes de Hong Kong com passaporte inglês que podem ir viver em permanência no Reino Unido nos próximos anos, em fuga da lei de segurança nacional chinesa aprovada no território
Se a estimativa do MNE britânico se concretizar, será uma das maiores migrações não europeias para a Grã-Bretanha dos últimos anos, desta feita com origem em Hong Kong, noticia a edição de hoje do Financial Times. Em causa, a possível fuga de milhares de residentes do território chinês âs restrições impostas pela lei de segurança nacional imposta por Pequim.
Ainda este mês o Secretário britânico dos Negócios Estrangeiros, Dominic Raab, confirmou que a Grã Bretanha pode abrir uma “via de cidadania” especial para os cidadãos de Hong Kong, outrora uma colónia inglesa na Ásia. Essa política abriria as portas do Reino Unido a 3 milhões de naturais de Hong Kong com direito a passaporte transatlântico britânico.
Uma possibilidade que enfureceu Pequim, escreve o Financial Times, mas foi bem acolhida por representantes de todos os partidos em Westminster, apesar do acalorado debate sobre imigração vivido ainda recentemente na Grã-Bretanha.
Alan Mak, um deputado britânico conservador de descendência chinesa, adiantou que não esperava um grande afluxo de naturais da antiga colónia na Ásia mas mostrou otimismo se tal viesse a suceder: “Seria um grande impulso para a economia do Reino Unido. Os naturais de Hong Kong são muito industriosos e empreeendedores”.
Liu Xiaoming, embaixador da China em Londres, criticou a oferta britânica de uma “via especial de cidadania” para 3 milhões de naturais de Hong Kong. Qualificou-a mesmo de “interferência grosseira” nos assuntos internos da China.
