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Cabinda canta o hino português

Paulo Rego

O movimento da resistência armada em Cabinda enviou ao PLATAFORMA um conjunto de vídeos entre os quais se vê populares a cantarem o hino português. Neles está presente Jean-Claude Nzita, filho do presidente da FLEC-FLAC e responsável pelas relações internacionais.

Repetem-se os apelos para negociações de paz por parte da FLEC-FAC, resistência armada que exige o direito à autodeterminação. Aliás, “como em Timor”, nas palavras de Emmanuel Nzita, em recente entrevista ao PLATAFORMA.

Contudo, o conflito arrasta-se, tendo mesmo subido de tom sem nos últimos meses. Entretanto, a FLEC-FLAC volta a denunciar ataques das Forças Armadas Angolanas: “Atravessam a fronteira e perseguem refugiados”. Luanda não reage a estas acusações, embora tenham já sido admitidas por fontes no Congo. Como foram reiteradas em Luanda por representantes da UNITA.

O PLATAFORMA tem pedido ao Governo angolano reações ao apelo para negociações de paz. Contudo, apesar da insistência, não foi até ao momento possível obter qualquer comentário, nem da Presidência, nem do Governo de Cabinda.

Entretanto, a FLEC-FLAC volta a denunciar “detenções” e “perseguições a todos os apoiantes da autodeterminação”. Cerca de 20 mortos em Junho, incluindo civis, denuncia o movimento. E volta também a insistir no apelo à paz, na ligação a Portugal e no apoio da comunidade internacional.

A tese segundo a qual Cabinda é protetorado português , “militarmente invadido”, está na base do argumento histórico-jurídico para a o “direito à autodeterminação”. Em 1885, Portugal reconhece-o no Tratado de Simulambuco e na Conferência de Berlim, onde a Europa redesenha o continente africano.

Contudo, essa tese é hoje considerada anacrónica e rejeitada quer por Lisboa quer por Luanda, com base no Acordo de Alvor, em que Portugal reconhece a independência de Angola.

O canto sentido da “Portuguesa”, filmado já há algum tempo, é aqui divulgado pela FLEC-FAC como prova do sentimento de portugalidade por parte do povo de Cabinda e do próprio movimento armado. Neste conjunto de vídeos, editado pelo PLATAFORMA, o movimento pretende também demonstrar capacidade de organização militar, insistindo ainda no apelo à comunidade internacional para o apoio aos refugiados.

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