Perante uma série de ciberataques atribuídos ao governo chinês, a Austrália decidiu reforçar as suas defesas e vai investir um recorde de 930 milhões de dólares na área, conta o The New York Times
O investimento de 930 milhões de dólares que o governo australiano vai fazer em ciberdefesa e cibersegurança na próxima década é o maior que alguma vez o país fez nesta área.
Justifica-se pela frequência, sofisticação e escala dos ataques online, como explicou o primeiro-ministro australiano Scott Morrison, e também por uma crescente deterioração das relações entre a Austrália e a China. “A nossa prioridade é proteger a economia, segurança nacional e a nossa soberania. A ciberatividade maliciosa arruína esses objetivos”, explicou na terça-feira Scott Morrison.
Segundo informação dos serviços secretos de Sidney, tem sido crescente uma campanha cada vez mais agressiva da China para, através de alegados ciberataques, criar perturbações no governo australiano, nas infraestruturas vitais do país e na indústria.
Em janeiro do ano passado, houve um ataque alegadamente feito por hackers chineses aos sistemas informáticos do Parlamento australiano. Um ano antes foram feitos ataques similares, por vias atribuídas por peritos de segurança a hackers chineses, tendo os alvos sido o Departamento de Defesa da Austrália e a Universidade Nacional da Austrália.
Há duas semanas houve uma sequência de ataques ciberataques a um vasto leque de organizações políticas e do setor privado que terão sido realizados por um “ciberator sofisticado e de base estatal”, uma referência à China, segundo os peritos de segurança.
Os ataques estão cada vez mais sofisticados. O The New York Times conta que num deles, ocorrido no início deste ano, os hackers usaram uma conta comprometida de e-mail da Embaixada da Indonésia na Austrália para enviar um documento Word para um funcionário do gabinete do líder regional da Austrália Ocidental. O “attachement” no documento continha uma ferramenta chamada Aria-body, que nunca fora detetada antes e apresenta capacidades alarmantes. Permite aos hackers acederem por controlo remoto a um computador, criar, copiar ou apagar ficheiros e fazer uma busca extensiva no server.
Uma companhia de cibersegurança ligou o programa Aria-body a um grupo de hackers chamado Naikon e que está associado aos serviços militares chineses.