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Morte de empresários acende tensões contra chineses

O assassínio de três empresários chineses na semana passada, na Zâmbia, reacendeu as tensões contra a forte presença chinesa no país, noticiou a imprensa local.

Segundo a mesma fonte, os três empresários terão alegadamente sido mortos no fim-de-semana passado pelos seus próprios empregados da fábrica de têxteis, em Makeni, um subúrbio da capital do país, Lusaka, que se terão revoltado contra as duras condições de trabalho.

“Prendemos dois suspeitos e encontrámos o corpo do terceiro cidadão chinês assassinado, em Makeni”, disse na quarta-feira a porta-voz da polícia da Zâmbia, Esther Katongo.

O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Joseph Malanji, em declarações hoje à agência de notícias francesa AFP, lamentou a violência.

“Entristecem-nos estes assassínios, é lamentável, é bárbaro e estou certo de que a polícia fará tudo para os resolver”, disse Malanji.

Estes assassínios surgem dias depois de o Presidente da Câmara de Lusaka, Miles Sampa, ter decidido, na semana passada, encerrar um restaurante chinês que recusou a entrada a um cidadão zambiano casado com uma mulher chinesa.

Sampa tinha posteriormente visitado várias empresas chinesas, exortando-as a afixar preços em inglês, em vez de na sua própria língua, e a contratar mais cidadãos zambianos.

O presidente da câmara da capital ganhou o apoio de muitos zambianos nas redes sociais, mas depois pediu desculpa à China por um “juízo errado”.

“O país está zangado (…) os chineses são estrangeiros aqui, mas comportam-se como os proprietários do país”, disse Brebner Changala, uma das principais figuras da sociedade civil zambiana, à AFP.

“Aqueles que trabalham para os chineses estão sujeitos a condições de trabalho insuportáveis. Nem os sindicatos, nem o Governo, que supostamente os deve proteger, o fazem”, lamentou Changala. “Eles têm de se defender”, concluiu.

A China é o maior investidor estrangeiro na Zâmbia, onde está a construir aeroportos, estradas, escolas, fábricas e esquadras de polícia. Este frenesim de construção está a gerar um forte sentimento antichinês no país, que se encontra em crise e fortemente endividado.

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