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A guerra que acabou com as operações militares no mundo

Dezenas de exércitos em todo o mundo cancelaram as suas operações militares e colocaram as suas tropas ao serviço da emergência sanitária que a pandemia tornou prioritária. Também parte da atividade industrial militar parou. Com as finanças asfixiadas pelo combate contra o coronavírus, muitos Estados deverão ajustar os seus objetivos militares nos próximos anos, escreve hoje o jornal espanhol El País.

A superpotência Estados Unidos suspendeu manobras conjuntas com aliados asiáticos como a Coreia do Sul ou Filipinas, e cancelou à última hora o que ia ser a maior movimentação de tropas norte-americanas na Europa em mais de 25 anos (6000 soldados já se tinham deslocado).

Moscovo reagiu abortando as manobras militares que iria realizar perto das suas fronteiras ocidentais.

A Aliança Atlântica (Nato), por sua vez, terminou as suas operações no Ártico oito dias antes do previsto.

A Coreia do Norte, que continua sem reconhecer qualquer caso de contágio no país respondeu à suspensão das manobras militares dos seus inimigos com provas de artilharia, um verdadeiro “mar de chamas” como descreveu Pyongyang. Março foi, aliás, o mês com mais testes balísticos desde que Kim Jong-un tomou o poder em 2011, refere o artigo do El País.

Charlie Dunlap, general reformado norte-americano e atual diretor do Centro para a Lei, Ética e Segurança Nacional da Universidade de Duke, alerta para o perigo de todos os Exércitos terem os seus esforços concentrados no vírus. “Ao centrarem-se no vírus, os membros da Nato estão a descurar outros perigos. Os seus adversários estão conscientes de que agora estão mais vulneráveis face a um ciberataque, por exemplo”, afirmou o especialista ao El País.

O vírus já cobrou uma fatura pesada nas tropas. Mais de 20 países anunciaram casos positivos entre os seus soldados, e também já houve baixas mortais, como as 12 altas patentes iranianas ou um par de generais egípcios.

A China referiu que no seu gigante Exército de dois milhões de homens não há um único infetado.

Considerando a destruição de milhões de empregos em poucas semanas, reforçar os Exércitos com mais pessoal não parece uma opção sensata. Aliás, a maioria dos programas de recrutamento foi suspensa por risco de contágios.

Por exemplo, a Turquia decidiu prolongar por mais um mês o tempo dos que terminavam por estes dias o serviço militar para evitar deslocações de regresso a casa desses novos soldados.

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