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Depois da proibição de pesticidas, aves insetívoras reaparecem em França

Nos últimos anos, França tem assistido a um regresso notável das aves insetívoras, espécies que desempenham um papel crucial na manutenção do equilíbrio ecológico, ajudando a controlar populações de insectos. Especialistas atribuem esta recuperação à recente proibição de vários pesticidas nocivos à fauna selvagem, nomeadamente aqueles à base de neonicotinoides, amplamente utilizados na agricultura intensiva.

Estudos conduzidos por ornitólogos franceses indicam que, em algumas regiões rurais, a população de andorinhas, chapins e pintassilgos duplicou desde que a legislação entrou em vigor. «Estas aves estão a reaparecer em zonas onde tinham praticamente desaparecido», explica Claire Martin, investigadora do Centro Nacional de Estudos Ornitológicos. «O que estamos a observar é um efeito direto da redução de químicos que anteriormente dizimavam os insectos de que estas aves se alimentam.»

O impacto da proibição vai para além da biodiversidade. Agricultores relatam uma diminuição natural das pragas nas culturas, traduzindo-se numa redução da necessidade de pesticidas adicionais e num contributo positivo para a sustentabilidade agrícola. «É uma situação de ganha-ganha», sublinha Martin. «As aves beneficiam, a agricultura beneficia, e o ambiente em geral sai reforçado.»

Apesar dos resultados encorajadores, os especialistas alertam que a recuperação das aves ainda é frágil. A conservação de habitats, a limitação do uso de outros químicos e a promoção de práticas agrícolas amigas da natureza são essenciais para consolidar esta tendência.

O caso francês evidencia que políticas ambientais rigorosas podem ter efeitos imediatos e visíveis sobre a biodiversidade. Ao proteger os pequenos aliados naturais do campo, como as aves insetívoras, França mostra que é possível conciliar produção agrícola com preservação ambiental — um exemplo que muitos países observam com atenção.

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