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EUA suspendem por um ano restrições à exportação para empresas chinesas

Os Estados Unidos decidiram adiar por um ano a implementação de restrições à exportação para empresas chinesas, em troca de Pequim também adiar as restrições sobre terras raras

Lusa

“Vamos levantar as restrições durante um ano em troca da suspensão do regime de licenciamento de terras raras”, revelou o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, numa entrevista à Fox Business.

A informação foi adiantada por Bessent depois de questionado sobre a chamada “lista de entidades” que o Governo norte-americano utiliza para limitar o acesso das empresas a bens estratégicos, como semicondutores avançados.

Em 29 de setembro, a administração liderada por Donald Trump anunciou uma expansão da lista de sanções para incluir subsidiárias cuja participação maioritária (51% ou mais) seja chinesa, caso a empresa-mãe já esteja sob sanções.

“É muito interessante ver o que era mais importante para a China e o que estamos a oferecer em resposta. E, obviamente, a lista de entidades com restrições à exportação foi muito importante para eles”, acrescentou Bessent na entrevista.

O secretário do Tesouro destacou ainda que, por agora, certas restrições e tarifas punitivas resultantes de uma investigação dos EUA sobre a concorrência desleal por parte de armadores e empresas de logística chinesas foram levantadas.

Estas penalizações incluíam, por exemplo, taxas nos portos americanos para embarcações de propriedade, operadas ou construídas na China.

Como resultado da cimeira realizada entre Xi e Trump em Busan (Coreia do Sul), as duas maiores potências mundiais anunciaram vários acordos que representam uma certa redução da escalada da guerra comercial, com reduções tarifárias, suspensão das restrições à exportação e uma aproximação em questões como a Ucrânia.

As tarifas em vigor fixavam-se nos 50 dólares por tonelada líquida para navios chineses que atracassem em portos norte-americanos, e nos 56 dólares para embarcações dos EUA que entrassem em portos chineses.

Representantes do setor e analistas alertaram que estas taxas iam aumentar os custos operacionais do transporte marítimo, causar alterações de rotas e levar a uma redução nos volumes de carga, num contexto já marcado pela subida do preço dos combustíveis e pela fragilidade do comércio global.

Estimativas da consultora Alphaliner apontaram que se a medida fosse mantida, as 10 maiores companhias de navegação podiam pagar até 3,2 mil milhões de dólares em taxas aos EUA em 2026, dos quais cerca de 1,5 mil milhões de dólares iam ser suportados pela transportadora estatal chinesa Cosco.

Xi e Trump reuniram-se à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que começa hoje em Gyeongju, a cerca de 76 quilómetros de Busan, a cidade sul-coreana onde se realizou o encontro entre os dois líderes.

O líder chinês permanecerá na Coreia do Sul para participar cimeira da APEC, enquanto o homólogo norte-americano viajou em seguida de regresso a Washington.

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