A fatia da população brasileira que vive abaixo da linha da pobreza aumentou em 42,11% em 2021, chegando a 23 milhões de pessoas, nível mais alto já registrado no país desde a série histórica iniciada em 2015, informou nesta quarta-feira a Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Segundo a pesquisa, entre 2020 e 2021, mais 7,3 milhões de pessoas entraram na parcela dos que estão abaixo da linha da pobreza, com menos de 210 reais per capita.
Em comparação com o nível prévio à pandemia, houve um aumento de 3,6 milhões de pessoas que passaram a viver abaixo do nível de pobreza.
A renda da população brasileira e o número de pessoas em situação de vulnerabilidade no Brasil oscilou, a medida em que o governo concedeu auxílios sociais aos mais pobres para enfrentar a pandemia.
Em agosto de 2020, a pobreza alcançou seu menor nível no país (3,9% da população) desde 2015, quando começou a ser medida, enquanto em 2021, chegou a 13,2% coincidindo com o fim do Auxílio Emergencial concedido aos mais vulneráveis.
“Os brasileiros mais pobres têm vivido uma montanha-russa nos três últimos anos. A renda mensal dos 10% mais pobres já vinha em queda antes da chegada da COVID-19 ao Brasil e despencou a menos da metade no início do isolamento social”, ressalta a pesquisa.
Desde este mínimo, a renda do grupo foi mais do que quadruplicada até seu pico histórico em agosto do mesmo ano (215 reais ou US$ 42), na fase mais generosa do Auxílio Emergencial. Daquele valor recorde se passou a uma redução, ficando 15,8% abaixo do nível pré-pandemia (96 reais ou US$19 em novembro de 2021), acrescenta o texto.
“Este último projeta uma tendência negativa porque incorpora os valores nominais fixados do novo Auxílio Brasil do governo diante do cenário prospectivo de inflação alta, especialmente para pessoas de renda mais baixa,” conclui o levantamento.