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Presidente do BID adverte sobre ‘efeito dominó’ da guerra da Ucrânia na América Latina

O presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) advertiu, nesta segunda-feira (28), sobre o “efeito dominó” da guerra da Ucrânia nas economias de América Latina e Caribe, mas assegurou que a região pode ser importante para compensar os impactos em produtos básicos para o mundo.

Mauricio Claver-Carone disse, na abertura da reunião anual do BID, que a invasão da Rússia à Ucrânia, iniciada no final de fevereiro, “é uma tragédia global e uma comoção para a ordem mundial” com “profundas ramificações” para o futuro. 

“Alguns efeitos dominó já começaram a chegar aos nossos países-membros e têm impactos nos mercados financeiros sobre a inflação e as mudanças nos fluxos de matérias-primas como o gás, o trigo e os metais”, apontou. 

“Essas dinâmicas se agravam no contexto de uma recuperação incompleta de uma pandemia ainda em curso”, acrescentou. 

Claver-Carone recordou que a guerra no Leste Europeu, assim como a emergência da covid-19 desde 2020, volta a deixar em evidência a “profunda interdependência global”, com cadeias de abastecimento alteradas, em particular com a China. E pediu por unidade regional para amortizar o golpe. 

“Não somente deveríamos trabalhar juntos para mitigar os efeitos econômicos na região, mas também creio que a América Latina e o Caribe podem desempenhar e desempenharão um papel importante na compensação dos impactos dos produtos básicos para todo o mundo”, afirmou. 

O presidente do BID relembrou, no entanto, o prognóstico de crescimento regional de menos de 3% para 2022, que atribuiu à “ameaça do aumento da inflação”, aos “questionamentos sobre a sustentabilidade das finanças públicas”, aos “problemas estruturais persistentes e à incerteza sobre o futuro da pandemia”, assim como aos “temores nos mercados globais”. 

Também alertou sobre os “desafios agudos” da região que, segundo ele, devem ser abordados com celeridade “no contexto de crescentes complexidades geoeconômicas e geopolíticas”. Mencionou a instabilidade, a violência e as crises humanitárias persistentes, especialmente no Haiti e na Venezuela. 

“Haiti e Venezuela seguem sendo um foco prioritário para o BID e deveriam sê-lo para todos nós”, disse. 

O encontro anual das Assembleias de Governadores do BID e a Corporação Interamericana de Investimentos (BID Invest), os órgãos de formulação de políticas de mais alto nível de ambas as instituições, acontecerá esta semana em formato virtual em Washington. 

A maioria dos governadores participantes são ministros da Economia ou presidentes dos bancos centrais de seus países. 

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