O novo bispo católico de Hong Kong, Stephen Chow, disse nesta terça-feira (18) estar disposto a defender a liberdade religiosa, ainda que vá atuar com prudência em suas relações com Pequim, em meio à repressão sobre a oposição pró-democracia no território.
O Vaticano anunciou ontem (17) a nomeação deste jesuíta de 62 anos como bispo de Hong Kong. O cargo estava vago desde a morte do arcebispo Michael Yeung, em 2019.
Na China continental, as religiões organizadas são mantidas sob um rígido controle e muitas congregações de Hong Kong temem pela liberdade religiosa em vigor nesta ex-colônia britânica retrocedida em 1997.
“A liberdade religiosa é um direito fundamental”, disse o novo bispo, falando com a imprensa pela primeira vez após sua nomeação.
“Esperamos lembrar o governo disso em nossas conversas, para que não se esqueça”, acrescentou o monsenhor Chow.
Ele se mostrou cauteloso em questões como o tratamento dado por Pequim às religiões, ou a destruição de igrejas na China continental.
“Não acho apropriado comentar estas questões (…) sobre as quais não tenho conhecimento suficiente”, disse ele.
“Não é que eu tenha medo, mas acho que a prudência também é uma virtude”, desconversou.
Ao mesmo tempo, disse “não se sentir bem” com a destruição de igrejas, acrescentando que “não queria usar a palavra ‘opressão'”.
Sua nomeação se dá em um momento delicado para as relações entre a Santa Sé e a China, depois da assinatura de um acordo histórico em setembro de 2018. O termo foi renovado por dois anos, em outubro passado, apesar das críticas dos Estados Unidos. Com este pacto, pôs-se fim a quase 70 anos de uma disputa centrada na nomeação de bispos.