Governo, Comissão Europeia e OCDE esperam um défice anual de 7,3% do PIB em 2020. Significa que no período outubro-dezembro vai disparar até 14% ou mais. Maior só no tempo de José Sócrates, em 2010, quando o desequilíbrio ultrapassou 19% também no quarto trimestre desse ano.
O défice público do último trimestre deste ano medido em proporção do produto interno bruto (PIB) deverá registar o segundo valor mais alto dos registos oficiais da responsabilidade do Instituto Nacional de Estatística (INE) que envia este indicador (apuramento em contabilidade nacional) para ser avaliado em Bruxelas.
De acordo com cálculos do DN/Dinheiro Vivo, o défice do quarto trimestre deve ultrapassar os 14% do PIB, valor que é consistente com um défice anual de 7,3%, como estimam o Ministério das Finanças, a Comissão Europeia e a OCDE.
O INE revelou na quarta-feira que o rácio do défice público, que por causa da crise pandémica disparou para uns expressivos 10,5% do PIB no segundo trimestre, período amplamente marcado pelo primeiro confinamento.
Depois veio o verão, a situação sanitária aliviou um pouco, algumas medidas de apoio terminaram (a partir de julho o governo descontinuou uma das mais caras, o regime de lay-off simplificado, por exemplo), alguns setores, embora ainda muito marcados pela crise, conseguiram reverter algumas perdas.
Isto acabou por refletir-se no défice de julho a setembro, que baixou de forma pronunciada, tendo ficado num valor equivalente a 3,8% do PIB no terceiro trimestre, mostram cálculos do DN/Dinheiro Vivo a partir dos novos dados do INE.
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