Faltam adaptadores para ligar ao oxigénio. Houve contratos para mais ventiladores que tiveram de ser cancelados por incumprimentos dos vendedores. E a TSF encontrou erros nas listas de contratos públicos.
Há centenas de ventiladores comprados desde o início da pandemia pelo Estado português que chegaram ao país, mas que ainda não chegaram aos hospitais.
Por duas vezes, em diferentes circunstâncias, o Governo revelou ter comprado cerca de 1.200 ventiladores, mas o último relatório do primeiro estado de emergência desta segunda vaga indica que desde o início da pandemia apenas foram distribuídos 797 pelos hospitais. Aliás, nesse mesmo relatório, lido pela TSF e entregue a 2 de dezembro no Parlamento, o Ministério dos Negócios Estrangeiros acrescenta que já se fizeram 15 voos de Pequim para Lisboa, contratados pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), que permitiram o transporte de um total de 1.181 ventiladores para Portugal.
Já em julho uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) aos contratos sem fiscalização prévia relacionados com a Covid-19 contava 12 compras, adjudicadas em março e abril, de um total de 1.211 ventiladores.
O Ministério da Saúde ainda não esclareceu a TSF sobre as diferenças entre ventiladores chegados ao país e aos hospitais, mas confirmou, no seguimento de outras questões enviadas ao gabinete da ministra Marta Temido, que “nem todos” os contratos relacionados com ventiladores presentes no relatório do TC “foram executados devido a constrangimentos resultantes da forte procura por este equipamento, o que provocou escassez nos mercados”. Em consequência, segundo o Ministério da Saúde, foi impossível entregar os equipamentos adquiridos “por parte de alguns fornecedores”, determinando-se o cancelamento dos contratos.
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