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Cabo Delgado: Jornalistas escondidos nas matas há 10 dias

Plataforma com Lusa

O Fórum Nacional de Rádios Comunitárias (Forcom) manifestou-se hoje preocupado com a situação de um grupo de jornalistas comunitários em Cabo Delgado, que estão escondidos há 10 dias nas matas, devido à violência armada em distritos daquela província.

Através de um comunicado, a entidade Forcom dá conta que parte dos jornalistas que se encontram nas matas estão incomunicáveis e a sobreviverem em condições humanamente deploráveis e de insegurança”.

Segundo o Forcom, no dia 31 de outubro, os insurgentes ocuparam a Igreja Paroquial do Sagrado Coração de Jesus (distrito de Muidumbe), onde está localizada a Rádio Comunitária São Francisco de Assis, e, pelo menos, nove jornalistas foram obrigados a fugir para as matas com as suas respetivas famílias.

De acordo com as informações avançadas pelo fórum, as instalações da rádio foram destruídas e os insurgentes continuam no distrito, A permanência dos insurgentes na região levou a um grupo de jornalistas procurar refúgio nas matas, aguardando a oportunidade de se deslocarem para distritos considerados mais seguros.

Entre os jornalistas comunitários, pelo menos um perdeu um ente querido, que foi decapitado na sequência dos ataques.

“Estamos a morrer de sede e fome, três dias sem comer nada e eu estou com os meus sobrinhos”, relatou um dos jornalistas por mensagem telefónia citada pelo Forcom.

A entidade “está a envidar todos os mecanismos por forma a garantir todo o apoio necessário aos jornalistas que se encontram nas matas, para salvaguardar a sua integridade física e segurança. O Forcom entende que o Estado deve garantir a segurança dos cidadãos”, acrescenta o documento.

A província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, é palco há três anos de ataques armados desencadeados por forças classificadas como terroristas e que se intensificaram este ano.

Há diferentes estimativas para o número de mortos, que vão de 1.000 a 2.000 vítimas. Segundo dados oficiais, há, pelo menos, 435 mil deslocados internos.

A capital de Cabo Delgado, Pemba, está desde meados de outubro a receber uma nova vaga de deslocados, que viajam em barcos precários.

As vítimas da violência na região rica em gás natural tem se espalhado por outras regiões, nomeadamente as vizinhas províncias de Niassa e Nampula, mas as autoridades locais já têm oferecido ajuda a famílias refugiadas que chegam mais a sul, nomeadamente à Zambézia e Sofala.

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