O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje um programa de emergência para fazer face aos muitos estragos provocados pelas fortes chuvas que caíram nos últimos dias no arquipélago, com mais estragos na cidade da Praia.
O chefe do Governo cabo-verdiano fez o anúncio numa mensagem publicada ao final da tarde, após visitar durante a manhã vários bairros da cidade da Praia mais atingidos pelas fortes chuvas que caem desde a madrugada de sábado.
Ulisses Correia e Silva garantiu que o Governo está empenhado para, em conjunto com a Câmara Municipal da Praia, dar a “devida resposta à situação difícil” que encontrou em bairros como Achada Mato, Jamaica, São Paulo ou Fonton.
“Depois de reunir o Gabinete de Crise, também hoje, temos as informações necessárias para pôr de pé um programa de emergência, que, em primeiro lugar, visa desobstruir as vias, fazer as limpezas e reconstruir as infraestruturas que foram atingidas, particularmente os muros e outras. A prioridade absoluta é proteger as pessoas e os seus bens”, afirmou.
Sem avançar custos prováveis, o chefe do Governo disse que o programa vai ainda no sentido de realizar intervenção para colocar a cidade capital do país “na retoma da sua normalidade”.
“E só depois, intervenções mais estruturantes que vão exigir mais tempo de preparação para compor um bom programa com a mobilização de recursos, quer através do Orçamento do Estado quer através dos nossos parceiros”, completou.
Depois disso tudo, o primeiro-ministro anunciou “programas muito mais estruturantes” que visam tornar a cidade mais resiliente para fazer face a situações de chuvas e de inundações como a que está a viver neste momento.
Segundo o presidente do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros, Renaldo Rodrigues, numa das enxurradas morreu um bebé de seis meses, que se encontrava em casa com a mãe e um irmão.
Desde a madrugada de sábado que chove em praticamente todas as ilhas de Cabo Verde, com mais intensidade na cidade da Praia, provocando a morte da criança, várias inundações, desmoronamentos e destruição de viaturas e edifícios.
O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, anunciou que iria reunir hoje o Gabinete de Crise do Governo, para “acompanhar mais de perto toda a situação e tomar as medidas necessárias e urgentes”.
O arquipélago de Cabo Verde está desde a última madrugada sob a influência de uma onda tropical que poderá transformar-se em depressão tropical, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG).
As previsões apontam que a onda tropical atinja o país até segunda-feira, estando associada a uma larga área de convecção produzindo aguaceiros e trovoada.
O instituto cabo-verdiano adiantou que o sistema está localizado junto à costa da Guiné Bissau, desloca-se com uma velocidade de 30 km/h e tem cerca de 70% de probabilidade de se transformar em uma depressão tropical.
“Durante a sua passagem condicionará o estado do tempo nas ilhas”, referiu o INMG, que prevê ainda chuvas de intensidade variável e possibilidade de trovoadas, intensificação do vento e agravamento significativo do estado do mar.
Depois de três anos consecutivos de seca, com chuvas irregulares e insuficientes, desde meados de julho que a chuva voltou a cair com alguma frequência em algumas ilhas de Cabo Verde.