Início Sociedade Voluntários em Díli ajudam diariamente a desinfetar carros e edifícios

Voluntários em Díli ajudam diariamente a desinfetar carros e edifícios

“Começámos com apenas 10 pessoas e agora já somos 30. E são cada vez mais pessoas, da comunidade, que nos ajudam com material”, explicou à Lusa Gally Soares Araújo, a principal “voz” do Movimento Tasi Mos (MTM).

A iniciativa começou há cerca de três semanas, mesmo antes do país entrar em estado de emergência, com uma pequena equipa a instalar-se nas principais ruas da cidade e a oferecer desinfeção ao interior de carros.

A ação foi ganhando notoriedade e juntaram-se mais voluntários, entre eles Mariano Sabino, presidente do Partido Democrático (PD) que se juntou num dos dias para ajudar a pulverizar, mediatizando a iniciativa.

Gally Araújo explica que com a entrada em vigor do estado de emergência, a 28 de março, mais pessoas se juntaram e a ação passou de desinfetar carros para desinfetar outros espaços e edifícios de grande aglomeração de pessoas.

“A comunidade continua a ajudar com material que nos entregam ou que pedem para ir buscar. Usamos uma mistura à base de lixívia e, quando há – está praticamente esgotado – algum desinfetante ou álcool”, explicou.

A mistura é feita com base no centro de controlo de surtos australiano, mas em estudo está já uma solução local, que passa por criar uma mistura à base de produtos naturais que usa uma das bebidas tradicionais do país, o tua sabu, uma aguardente local de palmeira.

“Já tivemos uma primeira amostra deste produto e estamos a testar”, explicou.

As equipas do MTM trabalham em dois blocos, concentrando-se na parte da manhã na pulverização de carros e outros veículos e à tarde em edifícios.

“Queremos visar os carros, onde as pessoas circulam mais, mas também locais onde há grande circulação de pessoas, até os hospitais e centros de saúde que também carecem de apoios de limpeza e desinfeção”, explicou.

A equipa tem já 12 bombas de pulverização de 15 litros cada, que diariamente são cheias “quatro ou cinco vezes”, notou.

“Nos primeiros dias as pessoas ficaram céticas porque não havia estado de emergência não sabiam bem o que se estava a passar, mas com apoio máximo da PNTL, conseguimos melhorar em termos de percetibilidade de quem é pulverizado”, disse.

“Hoje as pessoas estão mais cientes que o surto tem um impacto devastador e pode-se alastrar por vias menos notórias, como nas superfícies dos carros”, referiu.

A ideia é, eventualmente, chegar também aos mercados, ainda que aí tenha que ser de uma forma diferente, dada a venda de alimentos.

Gally Soares Araújo disse que a iniciativa vai continuar e nota que esta semana, ao contrário da primeira de estado de emergência, para haver mais movimento nas ruas.

“O que notamos desde esta semana é que houve mais circulação. Na semana passada havia mais restrições, mas esta semana temos muita gente a circular, quase o dobro ou triplo”, recordou.

Timor-Leste tem até agora um caso confirmado de covid-19.

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!