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Política à portuguesa

Nem PSD, nem PS… Pereira Coutinho confirma ao PLATAFORMA que será candidato a deputado em Portugal nas listas de “um pequeno partido”.

 

A matemática política não é só números. Há outras equações, nomeadamente ideológicas, psicológicas ou relacionais… Mas também há dados: em 2009, oito mil votos deram ao PSD o pleno no círculo fora da Europa: dois deputados. Nas próximas legislativas, a 4 de Outubro, há mais eleitores inscritos e serão precisos “cinco mil votos” para eleger um deputado, vaticina Pereira Coutinho, convicto de que consegue a proeza como cabeça-de-lista de “um partido pequeno”, que só revela “nos próximos 15”. Não é “nem PS, nem PSD, nem CDS”, garante Coutinho à partida para Lisboa, onde vai oficializar o acordo.
A secção de Macau do Partido Socialista emitiu há 15 dias um comunicado no qual criticava uma eventual candidatura de Pereira Coutinho. Pensava-se então que nas listas do Partido Social Democrata, tradicional vencedor nos círculos emigrantes – tendencialmente conservadores – que elegem dois deputados na Europa e outros dois no resto do mundo. Em declarações ao PTALATAFORMA, antes de Coutinho clarificar a sua posição, o secretário-coordenador socialista, Tiago Pereira, apontou o dedo ao secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário, pela sua “falta de isenção” e “excessiva proximidade” à Associação para os Trabalhadores da Função Pública (ATFPM), criticando ainda a politização da associação: “Não vejo que os seus estatutos e personalidade jurídica justifiquem o envolvimento em eleições para o Conselho das Comunidades Portuguesas ou para a Assembleia da República em Portugal”. Nesse contexto, “o PS quer é clareza e que o resultado das eleições em Macau reflitam de facto as inclinações políticas dos cidadãos que estão em Macau. Se quiser ser deputado na Assembleia Legislativa ou na Assembleia da República tem de ver qual é a opção que quer tomar. Na minha opinião, são coisas incompatíveis”, conclui Tiago Pereira.
Pereira Coutinho responde: “Nos termos regimentais, o deputado pode ser autorizado a viver junto das comunidades que está a servir. Fisicamente não tenho de estar em Lisboa, onde só irei nos grandes momentos”. Quanto ao comunicado do PS, Coutinho entende-o como atitude política, mas recusa o conteúdo das críticas: “Sou um grande democrata, não cheguei agora à política e, como diria Voltaire, serei o primeiro a morrer para defender o direito das pessoas se exprimirem livremente. Mas não vejo qualquer incompatibilidade. A única coisa que me preocupa é a disponibilidade para assumir cabalmente todas as minhas responsabilidades”.
Quanto à politização da ATFPM, assume-a como natural, num regime em que não há partidos: “Foi sempre uma força política, desde 1987. Veja que já em 1992 Alberto Noronha foi deputado da Assembleia Legislativa e, desde a sua fundação, a associação foi sempre representada por figuras públicas de relevo. Continuamos a desempenhar esse papel, mas agora mais fortes, porque não é fácil eleger dois deputados, pela via direta, sendo portugueses na grande China e no seio de mais de sete mil associações”.

14 de Agosto 2015
Paulo Rego
 
Política à portuguesa 14082015

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