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A chave para o empreendedorismo é o desenvolvimento a longo prazo

Johnson Chao

Durante a pandemia, muitos jovens decidiram criar o próprio negócio. Um dos mais visíveis, espalhado um pouco por toda a cidade, é o que aparece associado aquilo a que poderemos chamar a moda do café. Geralmente pequenos espaços, sóbrios, de cores claras, transparentes, sempre com jovens atrás do balcão e onde o café é o centro das atenções. Desde a torrefação até à chávena. O PLATAFORMA traz-lhe o depoimento de um desses novos jovens empreendedores.

Ivan Pun, de 29 anos, regressou a Macau à procura de trabalho após terminar os estudos nos Estados Unidos. Em junho do ano passado, ele e uns amigos abriram o café “VIbes” na Rua Central, perto da Avenida de Almeida Ribeiro. “A dificuldade na criação de um negócio é o seu desenvolvimento a longo prazo”, afirma Ivan.

Sendo esta zona da cidade onde está localizado o café uma zona turística, Ivan diz estar perfeitamente familiarizado com o espaço e o tipo de pessoas que por ali circulam. Viveu lá perto quando era pequeno e confirma que o café atrai mais do que apenas turistas. “Escolhi este sítio por existirem vários escritórios na zona. Passam muitas pessoas por aqui, mas à volta não há muitos cafés. Também abrimos cedo, logo às 08h30. Isso é mais um fator de atração para as pessoas que trabalham por aqui ou que circulam a caminho do trabalho para comprarem o nosso café”, assinala. O objetivo, diz, é oferecer um espaço em que as pessoas se possam reunir para conversar e descontrair entre o horário de trabalho.

O café é um bem essencial

Ivan admite que não era um grande apreciador e consumidor de café, mas enquanto estudou nos Estados Unidos começou a visitar vários cafés para reuniões ou estudo. Foi aí que começou a apreciar o sabor amargo o sabor do café e a aprender mais sobre esta bebida que se consome por todo o mundo. Enquanto apresenta o próprio café, acrescenta: “Vendemos café de alta qualidade, mas a um preço abaixo do resto do mercado. Esperamos que os clientes olhem para estes preços e os considerem razoáveis. O café é um bem essencial, por isso, tal como uns simples lenços de papel, não há razão para vender um a 40 patacas”, exemplifica.

Criar um negócio durante a pandemia

É preciso muita coragem para criar um negócio durante a pandemia? Ivan afirma que demorou dois meses para preparar a inauguração do estabelecimento, e que a pandemia não teve grande impacto neste processo. “Tinha um emprego, amigos interessados em abrir um café e existe falta de oferta deste tipo de negócio na região, por isso decidi abrir o meu próprio café”, recorda. Em relação ao modo de funcionamento, Ivan comenta que ao início ninguém o conhecia, mas que após oito meses, conta agora com clientes regulares, e é nestes que está focado no dia-a-dia. Revela ainda que gasta atualmente entre 50 a 60 mil patacas mensais em custos e que ainda não recuperou o que investiu, mas que espera começar a colaborar com uma plataforma de entregas para gerar mais lucros. “Durante a semana podemos vender até 50 cafés por dia, mas durante os dias de descanso, por vezes nem 20 vendemos”, explica para justificar o projeto de vendas para fora.

Ivan Pun, com o grau de mestre em gestão de riscos, tem uma visão própria no que diz respeito à forma como encara um negócio. Acredita que o difícil não é começar, mas sim conseguir desenvolvê-lo a longo prazo. “Para conseguir todas as ferramentas necessárias para abrir uma loja basta apenas dinheiro, mas a chave do sucesso está no desenvolvimento a longo prazo e como oferecer aos clientes algo novo. A gestão interna também é essencial, é preciso reunir uma equipa com experiência de trabalho, que conheça a área, e não apenas um grupo de amigos que vai estar sempre a brincar e a passar o tempo”, esclarece.

Falando de inovação, Ivan partilha que introduz novos produtos e menus todos os meses. Um dos mais recentes e inovadores foi o café Yakult, ao qual decidiu chamar “Já bebeu hoje?”.

O objetivo futuro é continuar a trabalhar no café, não possuindo para já planos de expansão. Em relação ao crescente número de cafés que vão proliferando pela cidade, afirma, confiante: “Existe competição, mas é algo bom. Cria-se assim uma plataforma e oportunidade para que outros abram os respetivos negócios e todos somos diferentes”.

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Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

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