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Economia chinesa enfrenta incerteza externa e baixa procura interna

A economia da China enfrenta incertezas devido ao volátil ambiente internacional e uma procura interna insuficiente, afirmou ontem um alto responsável pela política económica do país asiático.

Zheng Shanjie, presidente da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o órgão máximo de planeamento económico do país, admitiu em conferência de imprensa que “a incerteza no ambiente externo continua a aumentar” e que o país “enfrenta problemas como procura interna insuficiente e dificuldades de produção e de funcionamento em certos setores e empresas”.

No entanto, o responsável sublinhou que Pequim está “plenamente confiante” em atingir a meta oficial de crescimento económico este ano, de cerca de 5%, e prometeu tornar a procura interna no principal motor económico.

A China tem “as garantias necessárias para atingir o objetivo de crescimento deste ano”, disse o funcionário, à margem da sessão anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China.

As declarações de Zheng surgem num período de agravamento da guerra comercial entre China e Estados Unidos, que ameaça dar um duro golpe nas exportações chinesas, um dos motores do crescimento da segunda maior economia do mundo.

Perante os desafios internos e externos, o ministro das Finanças chinês, Lan Fo’an, anunciou na mesma conferência de imprensa que a China vai “aumentar ainda mais” as suas despesas orçamentais em 2025. O objetivo de crescimento anunciado pelo primeiro-ministro, Li Qiang, na abertura da sessão do órgão legislativo está em conformidade com as previsões dos analistas.

No entanto, muitos especialistas consideram-no demasiadamente ambicioso, tendo em conta a dimensão dos desafios económicos que a China enfrenta. Desde a pandemia, o país asiático tem-se debatido com dificuldades para pôr em prática a sua recuperação económica, devido à crise do setor imobiliário, ao fraco consumo e ao elevado desemprego entre os jovens.

A isto juntam-se os obstáculos colocados pelo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que esta semana impôs novas taxas sobre as importações chinesas. Estas taxas deverão afetar centenas de milhares de milhões de dólares nas trocas comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

A China anunciou, na terça-feira, medidas em resposta e prometeu retaliar “até ao fim”. A partir de 10 de março, Pequim vai impor taxas de até 15% sobre uma série de produtos agrícolas norte-americanos, incluindo soja, carne de porco e trigo.

Plataforma com Lusa

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