Os empresários chineses, que terminaram uma visita de prospeção de dois dias a Bissau, rubricaram um acordo geral com o presidente da Câmara do Comércio, Agricultura, Indústria e Serviços (CCIAS), Mama Samba Embaló.
O ato foi testemunhado pelo ministro guineense do Comércio e Indústria, Orlando Viegas, que enalteceu a oportunidade que os empresários chineses vão trazer para o país, nomeadamente a “mudança do paradigma”.
“É uma grande vantagem para o país. A castanha do caju é o produto estratégico do país e é preciso que seja valorizado”, afirmou Viegas.
O governante notou que, até aqui, países vizinhos da Guiné-Bissau beneficiam da castanha do caju do país através do contrabando nas fronteiras.
Orlando Viegas admitiu que alguns países tinham fábricas de transformação que eram alimentadas com a castanha contrabandeada da Guiné-Bissau.
“A título de exemplo, vimos muitas fábricas de transformação a serem fechadas em Ziguinchor porque montámos um sistema rigoroso de controlo nas fronteiras”, declarou o ministro guineense.
Ziguinchor é a capital da região senegalesa de Casamansa, que faz fronteira com o norte e o leste da Guiné-Bissau.
O presidente da CCIAS, Mama Samba Embaló, agradeceu ao chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, que disse ser o promotor do acordo hoje rubricado com os empresários chineses.
O líder da Câmara do Comércio guineense observou que o acordo “é fruto da recente visita” de Sissoco Embaló à China.
Mama Samba Embaló transmitiu aos empresários chineses que a Guiné-Bissau tem capacidade para produzir 300 mil toneladas da castanha de caju, mas que tem sido exportado, em bruto.
Transformar localmente o produto no país, ainda que sejam 50 mil toneladas por ano, é para Samba Embaló “a concretização de um sonho”.
“Nem dez por cento da nossa castanha é transformada aqui no país”, sublinhou.
Para o presidente da CCIAS, a possibilidade de os produtos agrícolas da Guiné-Bissau, o caju em particular, serem comercializados para a China “é um privilégio”.
Mama Samba Embaló frisou que os empresários chineses da província de Hunan, com cerca de 77 milhões de habitantes, ainda querem investir cerca de 20 milhões de dólares (17,9 milhões de euros) na produção de energia renovável na Guiné-Bissau.
*Com Lusa