A promessa foi feita um dia depois de o “número dois” do Hamas ter sido morto num suposto ataque israelita em Beirute.
Saleh Arouri é o membro mais importante do Hamas morto desde o início da guerra em Gaza, há quase três meses.
Israel continua a recusar comentar as informações de que teria sido o autor do assassínio, mas os comentários de Barnea parecem ser a indicação mais forte de que a Mossad estaria por trás da explosão.
Barnea fez uma comparação com o rescaldo do Massacre de Munique de 1972, quando agentes da Mossad localizaram e mataram uma série de militantes palestinianos envolvidos no rapto e morte de atletas israelitas nos Jogos Olímpicos desse ano.
Israel está hoje em alerta máximo para se precaver de uma escalada com a poderosa milícia xiita libanesa Hezbollah, depois do ataque na capital libanesa em que morreu o “número dois” do movimento islamita palestiniano.
As implicações desta morte para a guerra ainda não são claras, refere a agência noticiosa Associated Press (AP), lembrando que, ao longo dos anos, Israel matou vários líderes de topo do Hamas, que rapidamente foram substituídos.
E o ataque no reduto do Hezbollah no sul de Beirute, prossegue a AP, pode fazer com que os combates de baixa intensidade ao longo da fronteira com o Líbano se transformem numa guerra total.
Nesse sentido, refere a agência noticiosa, muito depende da forma optar por responder Hassan Nasrallah, que lidera o Hezbollah desde que um ataque israelita matou o seu antecessor em 1992.
Nasrallah já prometeu retaliar qualquer ataque israelita a líderes militantes aliados no Líbano, e aguarda-se que faça um discurso ainda hoje, ao fim da tarde.
Para a AP, a morte de Arouri deu um impulso moral aos israelitas, ainda a ressentir-se do ataque de 07 de outubro, uma vez que o Hamas continua a resistir firmemente em Gaza e a manter dezenas de reféns.
Barnea disse que a Mossad está “empenhada em acertar contas com os assassinos que invadiram Israel e prometeu perseguir todos os envolvidos, “direta ou indiretamente”, incluindo “planeadores e enviados”.
“Vai levar tempo, como levou tempo depois do massacre de Munique, mas vamos deitar-lhes a mão onde quer que estejam”, disse Barnes, que falava no funeral do antigo chefe da Mossad, Zvi Zamir, que morreu terça-feira aos 98 anos.
Zamir dirigia os serviços secretos na altura do atentado de Munique, em 1972, em que militantes palestinianos mataram 11 membros da delegação israelita.
Como retaliação, Israel matou os membros do grupo militante Setembro Negro que tinham levado a cabo o ataque.