“Nós não recebemos nada nesse sentido (…) Se vier logo se vê o que se faz. Comunico a Lisboa e logo se vê”, afirmou Alexandre Leitão, à margem de uma conferência de imprensa por ocasião da visita do secretário de Estado de Turismo, Comércio e Turismo.
Na segunda-feira, o gabinete do comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em Hong Kong enviou cartas aos consulados estrangeiros, numa medida que a China indicou já tratar-se de uma “prática corrente”, noticiou a France-Presse.
O pedido das autoridades chinesas dá um mês às representações diplomáticas para fornecerem informações sobre nomes, moradas e funções dos funcionários, tendo o gabinete do comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em Hong Kong afirmado, num comunicado publicado no site oficial, estar “em conformidade com a Convenção de Viena sobre Assuntos Consulares e com as práticas internacionais habituais”.
“Entende-se que os órgãos consulares chineses em países estrangeiros também forneceram informações sobre o pessoal local, em conformidade com os pedidos dos governos locais”, refere a mesma nota.
“A China tem tratado as questões relacionadas com os consulados estrangeiros em Hong Kong de forma pragmática e legal”, afirma o comunicado, apelando aos consulados de Hong Kong para que cooperem.
Um representante do gabinete da União Europeia para Hong Kong e Macau disse à AFP estar a “estudar cuidadosamente o caso” e escusou-se a fazer mais comentários.
Duas fontes diplomáticas confirmaram na terça-feira terem recebido os documentos e disseram à AFP ser esta a primeira vez que dados pessoais de funcionários eram solicitados.
Nos últimos anos, a China reforçou o controlo sobre o território semiautónomo e impôs uma lei de segurança em 2020, na sequência dos enormes protestos antigovernamentais em 2019.
Plataforma com Lusa