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Collor não é o primeiro nem deve ser o último presidente que vira presidiário no Brasil

O Supremo Tribunal Federal do Brasil decidiu na quarta-feira, 31 de maio, condenar Fernando Collor de Mello a oito anos e dez meses de prisão em regime fechado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Mas o presidente brasileiro de 1989 a 1991 não foi o primeiro – Lula da Silva, Michel Temer e mais cinco viveram o mesmo drama – nem deve ser o último – Jair Bolsonaro está na mira da polícia – a ter de trocar o conforto do Palácio do Planalto pela agonia de uma cela de cadeia.

Para a maioria dos juízes do tribunal, Collor, de 73 anos, recebeu indevidamente 20 milhões de reais [cerca de 3,7 milhões de euros] em contratos da BR Distribuidora, empresa subsidiária da petrolífera estatal Petrobras, entre 2010 e 2014, para a qual, enquanto dirigente do Partido Trabalhista Brasileiro, fez indicações políticas.

Após seis sessões de julgamento, o resultado da votação, a 25 de maio, terminou com oito votos a dois pela condenação, incluindo o do relator do caso, juiz Edson Fachin, que sugerira pena de 33 anos e 10 meses de prisão para o antigo presidente. Mas o revisor, Alexandre de Moraes, excluiu o crime de associação criminosa, baixou a pena e foi acompanhado pela maioria dos pares.

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Além da prisão, Collor vai ficar interditado de exercício de função pública e terá de pagar multa por danos morais. A multa será dividida com Pedro Paulo Ramos e Luís Duarte de Amorim, apontados como braços direitos do antigo presidente, condenados a quatro e a três anos, respetivamente.

Como a defesa deve apresentar “embargos de declaração”, a prisão não tem efeitos imediatos.

O “caçador de marajás”

Fernando Afonso Collor de Mello nasceu em 1949, no Rio de Janeiro, mas foi no estado de Alagoas que construiu meteórica carreira na política. Filho do antigo senador Arnon de Mello, conhecido por ter assassinado em pleno Congresso Nacional, com três tiros, um outro parlamentar, José Kairala, que se colocou à frente de Silvestre Péricles, o alvo dos disparos, Collor foi prefeito de Maceió, deputado federal por Alagoas e governador do estado com menos de 40 anos.

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