Os recentes aumentos reais das taxas de juro poderão ser apenas temporários. Quando a inflação estiver novamente sob controlo nas “economias avançadas” (Portugal encaixa nesta categoria, bem como os outros países da Zona Euro), os bancos centrais poderão de novo aliviar a política monetária e colocar as taxas de juro de volta aos níveis pré-pandémicos.
O dinheiro barato pode então voltar a ser uma realidade. Quando e em que medida? Tudo dependerá da evolução da dívida e défice públicos e ainda de outras variáveis macroeconómicas, explica o Fundo Monetário Internacional (FMI) no capítulo 2 do “World Economic Outlook”, sob o título “A taxa de juro natural: condutores e implicações para as políticas”.
Se o crescimento económico for superior à taxa de juro real, os governos poderão suster défices orçamentais primários (sem juros) elevados sem necessariamente comprometer a sustentabilidade da dívida pública. Uma vez que a inflação baixe nos próximos anos, o que pode exigir um período prévio prolongado de taxas de juro elevadas , a implicação parece clara: no longo prazo, as taxas naturais permanecerão baixas (nas economias avançadas) ou diminuirão ainda mais (nos mercados emergentes).
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