
Tanto na China como em Macau, quem vem do estrangeiro terá de cumprir o modelo 5+3 (cinco dias num hotel designado e três dias de quarentena domiciliária), que vem substituir o 7+3 (sete dias num hotel designado e três dias de autogestão domiciliária). Para visitantes estrangeiros e residentes a regressar, a medida parece ser um presente envenenado, um passo atrás: em vez de sete dias de quarentena, agora são oito.
É curto, sim, sobretudo quando se pressiona para a reabertura total do país.
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A China atrasa o seu crescimento por não ceder à Covid-19. Quem cedeu, começa a colher os frutos.
Mas, mesmo que à partida não pareça, as mudanças foram significativas.
Contactos secundários já não são identificados. Na segunda-feira, várias cidades, incluindo Xangai, anunciaram que os testes de ácido nucleico serão abolidos ou suspensos.
Por outro lado, zonas de “alto, médio e baixo risco” passam para “alto e baixo risco”, minimizando o problema para pessoas obrigadas a quarentena e monitorização de saúde.
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Quem esteve em zonas de alto risco fará entre sete a cinco dias de quarentena domiciliária, substituindo a centralizada. Os testes de ácido nucleico serão realizados entre pessoas que trabalham em posições de alto risco ou em grupos-chave de acordo e está proíbida a expansão da cobertura dos testes.
A nível interno, o paradigma mudou. Trabalha-se para que haja “interrupções mínimas” na vida das pessoas e negócios.
Por outro lado, numa ótica de reabertura, agora também se permite que grupos de negócios importantes e desportivos sejam transferidos diretamente para áreas de gestão em circuito fechado, isentos de quarentena.
Para a reabertura total ainda falta. Ir do oito ao oitenta rasga completamente com a política defendida – e não pode. Mas mesmo com um número de casos de Covid-19 considerável no país, esta circular demonstra uma mudança de mentalidade importante.
O vírus é incontornável, e isso já é entendido em Pequim.
*Diretor-Executivo do PLATAFORMA