Para quem está a pensar em comprar casa e beneficiar de uma descida dos preços devido à atual conjuntura económica, as notícias não são animadoras. O mercado já começou a dar sinais de abrandamento, movimento que se poderá agravar na reta final do ano e em 2023, mas nada aponta para uma descida nos valores, dizem os agentes do setor imobiliário. Eventualmente, poderá ocorrer uma estabilização em algumas zonas do país. O que também não é líquido, dada a elevada procura por parte das famílias portuguesas e a escassez de oferta, a que se soma o elevado interesse dos estrangeiros por Portugal.
Os últimos dados do Instituto Nacional de Estatística são ilustrativos da perda de dinâmica do mercado residencial. Em junho deste ano, registou-se uma quebra de 7,6% no número de transações, o que já não sucedia desde fevereiro de 2021. Também as avaliações bancárias para efeitos de crédito à habitação caíram em agosto pelo terceiro mês consecutivo. O Banco de Portugal deu ainda nota que, em agosto, o crédito à habitação registou o primeiro abrandamento em quase dois anos. “São sinais de algum arrefecimento do mercado, do lado da procura”, reconhece Beatriz Rubio, CEO da Re/Max. Tudo porque o custo de vida disparou e as taxas Euribor não param de aumentar.
Ainda assim, os operadores imobiliários estão otimistas. Paulo Caiado, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), acredita que este ano “não será significativamente diferente de 2021”, embora admita que “o segundo semestre seja caracterizado por algum refrear do número de transações”. Já Ricardo Sousa, CEO da Century21, aponta a possibilidade de se assistir no último trimestre deste ano e em 2023 a um abrandamento nas vendas.
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