Início Manchete Há condições para a máscara cair em abril em Portugal

Há condições para a máscara cair em abril em Portugal

Aos sete dias de abril de 2022, e dois anos e um mês depois de o vírus ter entrado em Portugal, os números da Direção-Geral da Saúde revelam que cerca de 35% da população total já foi infetada por este vírus, sobretudo as faixas etárias mais jovens. Ao todo e até ontem, Portugal contabiliza mais de 3,6 milhões de pessoas infetadas, mais precisamente 3.658.370, e quase 22 mil óbitos (21.844).

Só nesta semana, já vamos quase com 30 mil novos casos (29.579). Ontem, foi o dia que registou menor número de novas infeções, 9191, quando no dia anterior tinham sido 10.360. O professor Carlos Antunes, da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, que integra a equipa que faz a modelação da evolução da doença desde o início da pandemia, explica ao DN que assistimos “a uma tendência de descida muito lenta”.

Neste momento, e segundo refere o analista de dados, o número de novos casos em Portugal está a descer em todas as faixas etárias, inclusive na dos mais idosos, acima dos 80 anos, e esta era a grande preocupação, porque mantinha uma tendência de subida desde meio de março. “Está a descer, muito lentamente, mas ainda mantém uma média diária que ronda os 600 casos”, afirma.

Mas a tendência de descida começa também a registar-se ao nível dos óbitos. Nesta semana, registou-se, aliás, o número mais baixo desde o início de março, 12 óbitos na quarta-feira, ontem este número voltou a passar para os 21 óbitos.

Carlos Antunes destaca que o país está agora com uma média diária de 17 óbitos e que a mortalidade a 14 dias é de 28 óbitos por milhão de habitante. “Se este ritmo se mantiver, as projeções indicam que poderemos atingir logo no início da semana a seguir à Páscoa a barreira de risco mínimo, 20 óbitos por milhão de habitantes”.

O único indicador que continua a resistir à tendência de descida é o dos internamentos. O professor de Ciências sustenta que o número se mantém estável há uma série de semanas, entre os 1100 e os 1150, sendo que destes cerca de 60 são internamentos em cuidados intensivos. Não são números preocupantes, mas o analista assume não poder explicar esta tendência por “não haver informação suficiente das autoridades de saúde de forma a perceber porque é que o indicador não acompanha a descida do número de casos”.

Carlos Antunes diz que, do ponto de vista meramente teórico, a justificação pode estar em duas situações: “Ou mantemos a mesma situação de há uns tempos, de haver pessoas internadas por outros motivos que testaram positivo à covid-19, estando assim a alimentar o número de internamentos, ou então, e como já o tinha referido, poderemos estar perante uma situação de perda de efetividade vacinal nos mais frágeis, que não permite baixar o número de internamentos”. O professor considera ser necessário aguardar “mais uma ou duas semanas para se poder observar o impacto da descida lenta no número de casos em Portugal e perceber porque é que os internamentos não estão a diminuir”.

Leia mais em Diário de Notícias

Contate-nos

Meio de comunicação social generalista, com foco na relação entre os Países de Língua Portuguesa e a China

Plataforma Studio

Newsletter

Subscreva a Newsletter Plataforma para se manter a par de tudo!