Angola produziu 1,2 milhões de barris de petróleo há uma semana, a 27 de Março, no que líderes institucionais consideram uma indicação de que o país tem potencial para reverter o declínio que se acentuou, no país, depois dos recordes de produção obtidos em 2008.
Estas informações foram obtidas no último Debate Livre da TV Zimbo, que esteve consagrado aos “Desafios da indústria angolana de petróleo e gás face à conjuntura mundial”.
O secretário de Estado para o Petróleo e Gás, José Barroso, afirmou que Angola tem conseguido atenuar a “curva do declínio” da produção que chegou a ocorrer a um ritmo de 16 a 20 por cento ao ano, abrandando as perdas mercê de medidas estabelecidas depois de 2017.
Nesse ano, afirmou José Barroso, operadores de peso na indústria petrolífera angolana advertiram o poder público para a iminência de uma derrocada que poderia baixar muito rapidamente a produção para uns 600 mil barris de petróleo por dia, um cenário que não se consumou graças a um conjunto de reformas adoptado com o início do mandato do Presidente João Lourenço.
“Não prevemos que a produção vá para baixo de um milhão de barris: a tendência é que, a partir de 2023 ou 2024, comecemos a ver a inversão da curva e é nossa esperança que atinjamos uma média de um 1,2 milhões de barris por dia em 2023”, afirmou o secretário de Estado para o Petróleo e Gás.
O presidente do Conselho de Administração da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), Paulino Jerónimo, apontou as medidas adoptadas para conter e inverter o declínio, as quais descreveu como “decretos que vão contribuir naturalmente para a melhoria da produção”.
Paulino Jerónimo indicou decretos emitidos para a Simplificação da Contratação nas Áreas de Desenvolvimento; Incentivos Fiscais e Contratuais aos Campos Marginais; o Regime Jurídico da Exploração, Desenvolvimento e Produção de Gás; bem como estratégias de exploração e de atribuição de concessões, aprovadas recentemente.
Paralelamente, foram desenvolvidas acções junto dos operadores, para reduzir as paragens não planificadas, instando-os a aperfeiçoar a manutenção preventiva e foram tomadas decisões para viabilizar a extracção de recursos não produzidos em campos maduros e nos campos marginais, descobertos ao longo dos últimos 20 ou 30 anos, mas economicamente inviáveis à luz dos velhos modelos de contratação, com o Governo a atribuir incentivos fiscais e contratuais de modo a permitir que de 3,5 a quatro mil milhões de barris sejam produzidos.
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