Os dias de sol e céu azul de Portugal têm seduzido mais do que turistas. Também as produções internacionais de cinema têm virado os holofotes para o país na hora de traçar o mapa de filmagens. O interesse de produtoras de cinema estrangeiras por Portugal tem aumentado e o investimento global nos últimos cinco anos soma já 314 milhões de euros, no âmbito do Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema (FATC), de acordo com os dados avançados pelo Turismo de Portugal (TdP) ao Dinheiro Vivo.
Portugal pagou 39,3 milhões de euros para receber estas produções o que significa que foram deixados 274,7 milhões de euros no país.
O mecanismo, gerido pelo TdP em articulação com o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA), foi criado em 2018 com o intuito de captar filmagens internacionais como uma estratégia de promoção do país que visa o reforço do posicionamento enquanto destino turístico. O governo assegura o pagamento de 30% das despesas para investimentos mínimos de 500 mil euros em projetos de ficção ou animação e 250 mil euros para projetos de documentário ou pós-produção. O fundo foi lançado, inicialmente, com uma dotação de 30 milhões de euros, com possibilidade de chegar os 50 milhões de euros até 2022. Devido à pandemia, acabou por por ser prorrogado até 2023, sendo, agora, a dotação de 12 milhões de euros anuais.
No total, foram já aprovados 113 projetos, entre 2018 e 2022, das 152 candidaturas recebidas e há ainda nove propostas em análise. Os pagamentos são feitos de forma adiantada e faseada e é aqui que reside uma das forças competitivas que destaca o país face aos concorrentes.
“Portugal posicionou-se, desde há uns anos, como um país extremamente competitivo no que diz respeito à oferta de mecanismos de financiamento. Além da existência de acordos de coprodução com mais de 60 países e das várias linhas de financiamento de apoios seletivos oferecidas pelo ICA, o instrumento que trouxe este dinamismo é o Cash Rebate, oferecido pelo FATC. O grande fator diferenciador do nosso incentivo, quando comparado com outros semelhantes na Europa, é que temos a capacidade de fazer pagamentos adiantados em várias prestações, o que auxilia muitíssimo o cash flow das empresas”, explica Manuel Claro, film commissioner da Portugal Film Commission, entidade criada pelo governo para gerir os incentivos e a captação de filmagens internacionais. Já o investimento global no país representado por estes projeto mais do que quadruplicou em 2021 e 2022; se nos primeiros três anos de vida do FATC as produções deixaram no país 59 milhões de euros, entre 2021 e 2022 o valor disparou para os 255 milhões de euros.
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