“O meu sonho de ser médico ficou totalmente adiado, a minha vida recuou”. Estas foram as primeiras palavras, expressas à reportagem do Jornal de Angola, por Afonso Zinga, estudante angolano na Ucrânia, que foi obrigado a regressar a terra natal, Cabinda, devido ao conflito naquele país da Europa do Leste.
Afonso Zinga e mais cinco colegas foram recebidos de forma apoteótica pelos familiares, em Cabinda, por se terem livrado do conflito na Ucrânia, que eclodiu no mês passado, depois da invasão da Rússia.
Afonso Zinga contou que ficou por pouco tempo na Ucrânia, pois chegou naquele país em Dezembro de 2021, por expensas dos seus pais. Lá deveria ter ficado sete anos, para fazer a formação superior na especialidade de medicina. Foram apenas três meses em território ucraniano, mais concretamente na cidade de Kharkiv. Naquela urbe, Afonso ingressou na Faculdade Internacional Aeroespacial, da Universidade de RAI, onde começou a frequentar o curso de língua ao mesmo tempo que fazia o curso preparatório, visando o ingresso à Faculdade de Medicina.
Contou que, tão logo algumas cidades ucranianas começaram a ser alvos de ataques militares russos, dando sinais claros de que a qualquer altura Kharkiv poderia também cair nas mãos das tropas invasoras, fez as malas e, sem rodeios, apanhou um táxi com destino à cidade de Lviv, de onde partiu de comboio para a fronteira com a Polónia.
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