Guerra constitui teste à parceria entre Pequim e Moscovo -

Guerra constitui teste à parceria entre Pequim e Moscovo

Pequim partilha com Moscovo a defesa por uma nova ordem mundial multipolar, apontando a redistribuição de poder, em contraposição com a hegemonia norte-americana.

As duas potências nucleares aproximaram-se, nos últimos anos, suscitando o espetro de uma aliança, que podia desafiar o Ocidente liderado pelos Estados Unidos numa nova Guerra Fria.

Mas a China tem muito a perder nesse cenário, já que a relação política com Moscovo não se traduziu em vínculos económicos ou sociais mais profundos. No conjunto, as exportações da China para a UE e o Reino Unido são quase dez vezes maiores do que para a Rússia.

O Presidente chinês, Xi Jinping, manifestou-se já contra a mentalidade da Guerra Fria, numa referência para aqueles que retratam a ascensão da China como uma ameaça.

O surgimento de um eixo China-Rússia está, assim, longe de ser inevitável, apontaram analistas.

“O conflito em curso na Ucrânia revelará se há um vínculo mais profundo ou se o relacionamento [entre Pequim e Moscovo] é, essencialmente, transacional”, apontou Anthony Saich, especialista em assuntos da China, numa sessão de perguntas e respostas publicada no portal do Ash Center for Democratic Governance and Innovation, da Universidade de Harvard.

Saich apontou três ações possíveis, que indicariam que a “China se aliou de facto à Rússia”: Pequim vetar, em vez de se abster, qualquer resolução da ONU contra as ações da Rússia, o reconhecimento de um regime fantoche na Ucrânia instalado pela Rússia, e a recusa em chamar o ataque de invasão, mesmo depois de terem sido confirmadas mortes de civis.

A China, junto com a Índia e os Emirados Árabes Unidos, abstiveram-se de votar, na sexta-feira, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU a exigir que a Rússia pare de atacar a Ucrânia. A China absteve-se, novamente, noutra votação, realizada no domingo.

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