“Em Angola, prevemos um crescimento de 3,0 por cento para este ano e cerca de 4,0 por cento a médio prazo, mas mais do que o ponto de destino, o que estamos a ver é a tendência. O país está a sair de um período incrivelmente difícil”, disse Abebe Selassie, em entrevista à Lusa, por videoconferência, a partir de Washington.
“Angola foi atingida por múltiplos choques, primeiro o declínio nos preços das matérias primas, em 2015 e 2016, que teve efeitos enormes na economia, e quando respondiam a isso veio a pandemia, que teve um efeito incrivelmente adverso na economia”, acrescentou.
“Finalmente, estamos a ver uma expansão económica, é muito, muito importante e encorajador, porque é um reflexo das medidas que o Governo tomou para reformar o país e controlar os desequilíbrios macroeconómicos”, apontou Abebe Selassie.
A economia angolana deverá ter saído da recessão no ano passado, com as principais instituições internacionais e analistas a preverem uma expansão económica superior a 2,0 por cento este ano, sustentada não só na recuperação dos preços do petróleo, mas também no crescimento da economia não petrolífera, fruto da diversificação económica em curso.
Questionado sobre se, depois do fim do programa de ajustamento financeiro de 4,5 mil milhões de dólares que terminou em Dezembro, o FMI e o Governo angolano vão acertar um novo programa, Abebe Selassie respondeu que ainda é cedo, mas mostrou-se disponível para o que as autoridades precisarem.
“Não discutimos ainda um novo programa. Temos o habitual debate com troca de ideias e de análise sobre os indicadores económicos, mas estamos ainda à espera que o Governo diga como quer fazer, mas é muito cedo, o programa acabou agora”, respondeu.
O director do Departamento Africano do FMI acrescentou que, dada toda a adversidade dos choques que Angola enfrentou, fez um esforço notável para lidar com os desequilíbrios e é muito encorajador ver um crescimento este ano. Considerou, entretanto, que a chave para o futuro será manter as reformas e a expansão económica. “Vamos apoiá-los de qualquer maneira “, garantiu.
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