Bolsonaro decretou luto por Olavo de Carvalho, mas ignorou personalidades e Covid

É o segundo decreto do tipo editado pelo presidente, este para Olavo; Temer fez 5 homenagens, Dilma 11 e Lula 22
Jair Bolsonaro (PL) destoou dos antecessores e decretou luto oficial em apenas duas ocasiões. O presidente ainda ignorou no mandato episódios que geraram comoção nacional —como a pandemia— e a morte de personalidades amplamente reconhecidas em seus campos de atuação.
O gesto contrasta com antecessores no Palácio do Planalto, que usaram o decreto de pesar oficial em mais ocasiões. O ex-presidente Michel Temer (MDB) editou cinco decretos de luto. Dilma Rousseff (PT) o fez em 11 ocasiões, e Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 22.
Nesta terça-feira (25), Bolsonaro decretou luto oficial de um dia pela morte do escritor Olavo de Carvalho, guru do bolsonarismo seguido por diversos aliados do presidente.
Olavo morreu na noite desta segunda-feira (24), aos 74 anos, na região de Richmond, na Virgínia (EUA), onde estava hospitalizado.
Trata-se do segundo decreto do tipo editado por Bolsonaro. Em junho do ano passado, ele estabeleceu luto nacional por três dias, quando faleceu o ex-vice-presidente Marco Maciel.
A decretação de luto oficial é um ato simbólico. A determinação principal é de que a bandeira ficará a meio mastro em todo país.
Bolsonaro não editou decreto de pesar em momentos que causaram comoção no país. O Congresso Nacional e o STF (Supremo Tribunal Federal) decretaram luto nos dias em que o Brasil atingiu marcas simbólicos de mortos pela Covid, como 10 mil e 100 mil vítimas, por exemplo.
O Poder Executivo, por sua vez, ignorou esses episódios. A pandemia já deixou mais de 623 mil mortos no país.
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