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Monte que resultou da erupção na ilha do Fogo de 1995 já tem nome

Cabo Verde atribuiu o topónimo “Monte Mota Gomes”, um dos mais conhecidos profissionais de hidrogeologia cabo-verdianos, ao cone vulcânico que resultou da erupção de 1995 na ilha do Fogo, segundo o Instituto Nacional de Gestão do Território.

De acordo com um edital daquele instituto, o agora “Monte Mota Gomes” está localizado no município de Santa Catarina do Fogo, com o ponto mais alto 1.929 metros acima do nível médio da água do mar, anteriormente denominado apenas por “Pico 95”, a oeste do sopé do pico do vulcão da ilha do Fogo.

O edital, consultado hoje pela Lusa, refere que a Comissão Nacional de Toponímia atribuiu o nome de Alberto Mota Gomes “sob proposta da Associação Nacional de Professores Investigadores de Geociências”, pelo “seu excelente trabalho desenvolvido no âmbito profissional”.

Em 23 de novembro de 2014, o vulcão do Fogo entrou em erupção pela última vez e a lava só parou de correr 77 dias depois. Nesse dia, Chã das Caldeiras, uma aldeia do município de Santa Catarina, junto ao vulcão, então com 210 famílias, cerca de 1.300 pessoas e uma dezena de pensões para turistas, tinha desaparecido.

Essa erupção foi semelhante à de 1995, que formou o agora “Monte Mota Gomes”, mas igualmente sem provocar vítimas mortais.

Mais grave foi a erupção de 1951 no mesmo vulcão, tendo em conta a extensão das crateras que se formaram em Chã das Caldeiras, aldeia que sobrevive numa caldeira de oito quilómetros de diâmetro.

Alberto Mota Gomes nasceu na cidade da Praia, ilha de Santiago, em 06 de março de 1935, e em julho de 2020 o Governo cabo-verdiano já o tinha condecorado com o primeiro grau da Medalha de Mérito Profissional, reconhecendo o seu valioso contributo pessoal e profissional no setor dos recursos hídricos em Cabo Verde.

Ao presidir à cerimónia, o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, sublinhou o trabalho desenvolvido pelo “pioneiro da gestão dos recursos hídricos em Cabo Verde, um servidor público de referência”, ressalvando que a distinção visava reconhecer a “sua luta de uma vida pela sustentabilidade da água” no arquipélago, “uma luta cada vez mais pertinente e determinante no processo de desenvolvimento” do país.

Alberto Mota Gomes Mota Gomes formou-se em Ciências Geológicas na Universidade de Coimbra, Portugal, em 1970, e fez um mestrado em Águas Subterrâneas e doutoramento em Geociência.

Trabalhou durante mais de 40 anos no setor dos recursos hídricos em Cabo Verde, desempenhando várias funções e publicou diversos trabalhos técnicos.

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