O antigo presidente do Banco Privado Português (BPP) João Rendeiro está na sala de audiências do tribunal de Verulam, na África do Sul, para o início do julgamento do processo de extradição para Portugal.
A sessão que marca o início do processo de extradição do ex-banqueiro começou com cerca de duas horas de atraso, com Rendeiro a entrar na sala de audiência a tossir, garantindo, no entanto, que estava a sentir-se “melhor”, depois de ter tido febre e de ter sido visto por uma enfermeira na prisão.
“Estou um bocadinho melhor, obrigado”, disse Rendeiro quando questionado pelos jornalistas sobre o seu estado de saúde.
Durante a audiência, o juiz recebeu os documentos do processo, dando conta que “há dois conjuntos de documentação”. “Devo dizer que o selo da versão portuguesa está danificado, portanto não está intacto, ao contrário da versão inglesa que está intacto”, disse.
O antigo banqueiro chegou esta sexta-feira ao tribunal com forte escolta policial, que incluía elementos da Interpol. Esta é a primeira audiência desde que a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou (no dia 12) o envio do pedido de extradição do ex-presidente do BPP, transmitido por via diplomática para a África do Sul.
O regresso de Rendeiro ao tribunal acontece após alguns dias marcados por problemas de saúde. O ex-banqueiro teve febre e foi visto na quarta-feira por uma enfermeira na prisão de Westville, em Durban, segundo a advogada June Marks, que criticou a ausência de uma assistência médica mais abrangente por parte das autoridades locais, face à existência de um problema de coração.
“Não sabemos o que o causou e não pudemos obter cuidados médicos adequados. Só lhe deram alguns comprimidos”, disse à Lusa a mandatária de João Rendeiro, lamentando que não tenha sido realizado um teste de deteção do vírus SARS-CoV-2. “Deveria ter havido um teste, mas eles não lhe fizeram nenhum teste”, disse, notando que o antigo líder do BPP tinha as duas doses da vacina contra a covid-19, mas não levou uma dose de reforço.
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