Há um ano Joe Biden descia a escadaria do Capitólio para tomar posse como 46.º presidente dos EUA. E diante de uma plateia de máscara e a respeitar o distanciamento social imposto pela covid-19 jurava acabar com a “guerra incivil entre vermelhos e azuis, entre rurais e urbanos, entre conservadores e liberais”. Mas passados 12 meses, o presidente democrata bem pode ter perguntado, numa rara conferência de imprensa na Casa Branca – que durou uns ainda mais raros 112 minutos – “Conseguem pensar noutro presidente que tenha feito mais num ano?” A verdade é que Biden entra no seu segundo ano de mandato com a popularidade em queda, ameaçado de perder a maioria em ambas as Câmaras do Congresso e com a perspetiva de uma guerra que envolva a Rússia na Ucrânia cada vez mais perto de se tornar realidade.
Acusado muitas vezes de fugir ao contacto com a imprensa, Biden não se esquivou desta vez a responder às perguntas dos jornalistas durante quase duas horas. Questionado sobre a sua baixa popularidade – segundo a Gallup o presidente só consegue 40% de aprovação, um número ao nível do de Donald Trump, o antecessor republicano, na mesma altura do mandato – Biden afirmou: “Não acredito em sondagens”.
Apesar de sublinhar que já fez muito desde que chegou à Casa Branca – e é um facto que 63% dos americanos estão totalmente vacinados contra a covid, o desemprego caiu para abaixo dos 4% e o governo conseguiu aprovar um pacote de estímulo económico e um projeto de investimento em infra-estruturas essenciais. Mas o presidente reconheceu que nem tudo foi fácil. E que, por exemplo, não antecipou a ferocidade da oposição republicana à agenda da sua Administração. No combate à covid, admitiu que deviam ter “agido mais depressa”. E quanto à inflação, lutar contra ela vai ser “duro e exigir muito trabalho”. Com a subida dos preços a fazer-se sentir “na bomba de gasolina, nas lojas e em todo o lado”, Biden teme que os próximos tempos vão ser “duros para muita gente”.
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