Na Marinha são cerca de 800 (10% do efetivo), no Exército 756 militares (6%) que não quiseram ser vacinados. A Força Aérea recusa-se a divulgar os dados sobre a vacinação contra a covid-19.
As percentagens assumidas pelos dois ramos superam significativamente a estimativa de recusa de vacinação na sociedade civil, na casa dos dois por cento.
Várias fontes militares garantiram ao DN que “há negacionistas nas Forças Armadas” e que estão a por em causa operações, dando como exemplo os recentes surtos em navios da Marinha, mas essa afirmação é negada pelos comandos e as próprias associações militares têm dúvidas.
Na passada semana a Marinha anunciou um novo surto de covid-19 na fragata Corte Real, integrada na Força Naval Permanente n.º 1 da NATO, atracada em Karlskrona, na Suécia.
Segundo o Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA) a situação “não teve impacto na continuidade da missão”, mas os infetados (até esta segunda-feira 35 dos 182 que constituem a guarnição) estão a dormir ao relento no hangar do navio, a viajar da Suécia para a Noruega, com temperaturas vários graus abaixo de zero, segundo fonte que está a acompanhar o caso. O DN pediu explicações ao EMGFA, mas não obteve resposta.
É o segundo surto (pelo menos que tenha vindo a público) sofrido pela Armada no espaço de três meses. Em Agosto foi no NRP Douro, destacado na Madeira, que obrigou toda a tripulação a abandonar o navio e a ficar confinada num hotel do Funchal, incluindo a própria comandante.
Neste caso a missão, que terminou esta semana, de fiscalização de atividades pesqueiras e apoiar a Proteção Civil em missões de busca e salvamento, ficou mesmo comprometida e teve de ser enviado de Portimão o NRP Sines para reforçar o dispositivo naval na Zona Marítima da Madeira.
Em ambos os casos levantou-se a suspeita nos meios da Defesa sobre se todos os militares embarcados estariam vacinados – o que limitaria a propagação da infeção e os sintomas da mesma – mas nem o EMGFA, nem a Marinha o corroboram.
Na NRP Douro haveria um militar nessa situação, que foi vacinado posteriormente, mas o Delegado Regional de Saúde do Funchal, Maurício Melim, recusou-se a confirmar ou negar esta informação dada como certa nos meios militares daquela região autónoma.
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