EMA revê dados de medicamento antiviral molnupiravir - Plataforma Media

EMA revê dados de medicamento antiviral molnupiravir

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou ontem que está a rever os dados disponíveis sobre a utilização do medicamento antiviral molnupiravir, de forma a apoiar as autoridades nacionais, caso decidam usá-lo no tratamento contra a covid-19

Num comunicado publicado no ‘site’ oficial na Internet, a EMA explica que concordou, em conjunto com os Chefes das Agências de Medicamentos (HMA), “com a necessidade de orientações adicionais sobre os tratamentos covid-19, no seguimento do aumento das taxas de infeção e mortes por covid-19 em toda a União Europeia (UE)”.

“Para o efeito, a EMA está a rever os dados disponíveis sobre a utilização do medicamento molnupiravir, de forma a apoiar as autoridades nacionais, caso estas decidam utilizar este medicamento para o tratamento da covid-19, antes da sua autorização efetiva”, adianta.

O molnupiravir destina-se a ser tomado duas vezes por dia durante cinco dias por pessoas que estejam em casa com covid-19 ligeira a moderada e que tenham pelo menos um fator de risco de poder desenvolver doença grave.

“Embora a avaliação contínua mais abrangente esteja em andamento antes de um possível pedido de autorização de introdução no mercado, o Comité de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da EMA, irá fornecer recomendações para todos os países da UE no mais curto espaço de tempo possível, de forma a ajudar as autoridades nacionais a decidir sobre o possível uso precoce do medicamento, por exemplo, através de uma autorização de utilização de emergência”, lê-se.

O molnupiravir é um medicamento antiviral oral desenvolvimento por Ridgeback Biotherapeutic e Merck.

Inicialmente concebido como uma potencial terapia da gripe e com financiamento do governo americano, este medicamento foi reorientado em 2020 por investigadores da Universidade Emory, no estado da Geórgia, para um possível tratamento da covid-19.

A ação do molnupiravir visa uma enzima que o SARS-CoV-2 usa para se reproduzir, inserindo erros no seu código genético que retardam a capacidade de se espalhar e tomar conta de células humanas. Essa atividade genética levou peritos independentes a questionar se o fármaco poderia eventualmente causar mutações conducentes a defeitos de nascença ou tumores, mas a Merck frisou que o fármaco é seguro quando utilizado segundo as instruções.

A farmacêutica anunciou ainda em outubro a sua permissão para que outros fabricantes possam produzir o seu comprimido, numa tentativa de ajudar milhões de pessoas em países mais pobres e com pouco acesso às vacinas.

O Medicines Patent Pool, um grupo apoiado pelas Nações Unidas, revelou que a Merck não vai receber ‘royalties’ por este acordo enquanto a covid-19 for considerada uma emergência global pela Organização Mundial da Saúde.

De acordo com os especialistas, um comprimido antiviral que reduz sintomas e acelera a recuperação pode revelar-se essencial no combate à pandemia, ao aliviar a sobrecarga dos hospitais e ajudar a travar surtos em países mais pobres e com sistemas de saúde frágeis.

A covid-19 provocou pelo menos 5.047.055 mortes em todo o mundo, entre mais de 249,76 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.209 pessoas e foram contabilizados 1.098.125 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Related posts
Mundo

Governo lança linha de 50 milhões de euros para apoiar turismo sustentável

MundoSociedade

OMS suspende alerta máximo pela pandemia de covid-19

MundoSociedade

A humanidade aprendeu com a pandemia?

Sociedade

Capital do Vietname volta a impor máscara com subida de casos de covid-19

Assine nossa Newsletter