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Bancos de Leite Materno em Portugal – vamos decidir salvar vidas?

Bebiana Cunha

Estamos no decorrer da semana mundial do aleitamento materno, promovida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela UNICEF com o objetivo de reforçar a consciencialização para a importância do aleitamento materno enquanto determinante de saúde.

O leite materno constitui a melhor fonte nutricional e imunológica na primeira infância. A sua relevância justifica que seja recomendado pela OMS a amamentação em exclusivo dos bebés até aos seis meses e, em complementaridade com a diversificação alimentar, pelo menos, até aos dois anos.

Não há dúvida de que o melhor alimento possível para um bebé é o leite da sua progenitora. Esta é uma verdade incontornável para todos os mamíferos, e em especial para o caso específico  dos seres humanos, tendo em conta a fragilidade dos nossos recém-nascidos.

Apesar dos inúmeros benefícios, cientificamente comprovados, do aleitamento materno para o desenvolvimento saudável do bebé, nem sempre é uma situação possível para todas as crianças e mães, pelo que é necessário dar resposta às necessidades alimentares e de desenvolvimento saudável dos bebés.

Os bancos de leite materno, uma realidade comum em muitos países, constituem uma estratégia de política pública muitíssimo importante, pois permitem a recolha de leite materno por via da dádiva. O leite materno doado recolhido é pasteurizado e controlado e, posteriormente, distribuído junto de famílias/crianças que não têm, por alguma razão, apossibilidade de incluir o leite materno na sua alimentação. Esta opção é a melhor possível para estes bebés, muito superior em qualidade nutricional ao leite adaptado, como também no potencial de favorecimento da sua imunidade e desenvolvimento cognitivo. Constitui ainda uma alternativa economicamente mais favorável, um aspecto muito importante para as famílias, quando o custode alimentar um bebé com leite adaptado pode atingir até 100€/mês.

Todas estas são todas excelentes razões para Portugal apostar numa rede de Bancos de Leite Materno por todo o país, replicando o que já foi feito na Maternidade Alfredo da Costa em Lisboa, único banco de leite materno no país e que, em maio, já tinha alimentado mais de 1700 bebés desde a sua criação. No próximo mês, está previsto ser implementado no Hospital de São João, no Porto, um segundo banco de leite materno, e esperemos que em breve, assim o queira o Governo português, possamos ter um banco de leite materno na esfera geográfica de cada Administração Regional de Saúde. Pois que, por muito importante que sejam todas as vantagens nutricionais e económicas do leite materno doado versus o leite adaptado, é a sua capacidade de salvar vidas e de contribuir para infâncias e vidas adultas mais saudáveis e resilientes que justifica a premência de termos mais Bancos de Leite Maternos em Portugal!

Quando o bebé, em especial um bebé prematuro, é alimentado com leite materno doado ao invés de leite adaptado, há um menor risco de incidência de Sepsis Neonatal Tardia (Septicemia que pode ocorrer após 6 dias de vida) e de Enterocolite Necrosante (uma das principais causas de morte dos prematuros), e também uma redução da morbilidade e mortalidade associadas às duas patologias.

Pela vida e pelo bem-estar dos nossos bebés, vamos voltar no Orçamento do Estado a mobilizar o Governo para a inscrição de uma verba financeira que permita que esta venha a ser uma realidade em Portugal.

*Deputada do PAN

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