CDU respeita a decisão, mas diz continuar disponível.
Uma eventual coligação com os conservadores da chanceler alemã Angela Merkel ainda não está totalmente descartada, mas os Verdes e os liberais do FDP estão mais inclinados para uma aliança de governo com Olaf Scholz, do Partido Social Democrata (SPD, na sigla em alemão). As negociações a três começam esta quinta-feira. “Os cidadãos e cidadãs deram-nos um mandato para construirmos um Governo juntos”, disse Scholz.
O SPD do atual vice-chanceler e ministro das Finanças de Merkel venceu as eleições de 26 de setembro, conquistando 25,7% dos votos. O bloco conservador da União Democrática Cristã (CDU) e dos aliados bávaros da CSU, liderado por Armin Laschet, foi segundo com 24,1%, tendo tido o pior resultado de sempre. Contudo, o presidente do executivo da Renânia do Norte-Vestefália e líder da CDU acreditava ter na mesma um mandato para tentar formar governo.
As negociações entre os quatro sucederam-se desde então, com os Verdes (terceiros com 14,8%) e o FDP (quartos com 11,5%) a terem a faca e o queijo na mão, podendo decidir quem vai suceder a Merkel – há 16 anos no poder. “Já saíram uns com os outros, agora têm que decidir com quem querem uma relação a sério”, escreveu o site Politico quando terminou na terça-feira a ronda inicial de negociações, apelidada de “speed dating“. Ontem, a escolha parecia clara.
“Chegámos à conclusão de que faz sentido ter negociações profundas com o SPD e o FDP”, disse a copresidente dos Verdes, Annalena Baerbock. “O país não se pode dar ao luxo de um impasse prolongado”, acrescentou. Após as eleições de 2017 foram precisos quase seis meses para chegar a um acordo de governo. O presidente do FDP, Christian Lindner, anunciou depois ter proposto a Scholz um encontro a três, com os Verdes, nesta quinta-feira.
Mas nenhum dos “fazedores de reis” está a fechar totalmente a porta a Laschet. “Vimos a União fazer um esforço”, disse o outro colíder dos Verdes, Robert Habeck, lembrando que há uma maior proximidade com o SPD (centro-esquerda) nomeadamente em matéria de política social. Ainda assim alertou para o facto de ainda existirem “questões significativas e diferenças” na possível coligação a três, nomeadamente no que diz respeito à política económica.
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