Sei o que fizeste no Natal passado. Este podia ser o mote dos cenários traçados para a evolução da pandemia nos próximos outono e inverno e apresentados ontem, na reunião de peritos em saúde pública que decorreu no Infarmed.
Numa sessão que assinalou sobretudo o “extraordinário êxito” do processo de vacinação em Portugal, que contribuiu decisivamente para “provavelmente antecipar o fim de uma fase da pandemia”, DGS e INSA apontaram para o próximo período festivo de final de ano como uma fase crucial para avaliar a evolução da covid-19 no país, pois “as festividades podem coincidir com um período de menor efetividade da vacina” nos grupos de risco que já foram inoculados no início de 2021.
Depois de exporem vários dados para atestar a importância da vacinação – como o facto de, na primeira semana de agosto, quatro em cada cinco casos de internamentos por covid-19 não terem vacinação completa, aumentando para 14 em cada 15 doentes em cuidados intensivos – Pedro Pinto Leite (DGS) e Baltazar Nunes (INSA – Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge) alertaram para os novos desafios trazidos pelo outono e inverno, com o regresso às escolas e ao trabalho presencial e as festas de Natal e Ano Novo a fazerem aumentar a mobilidade e eventuais cadeias de transmissibilidade do vírus, como aconteceu no ano passado.
Na memória de todos ficaram as consequências desse período, com o país a enfrentar a pior vaga da pandemia no início de janeiro, deixando hospitais quase em rotura e recordes diários de mortes. Desta vez, os peritos da DGS e do INSA traçam três cenários para o outono-inverno, do menos grave até ao mais grave, colocando de novo o ênfase na vacinação.
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