Nove ativistas veteranos pró-democracia de Hong Kong receberam sentenças de entre seis e 10 meses de prisão por participação em uma vigília, proibida pela polícia no ano passado, para recordar a repressão na Praça Tiananmen (Paz Celestial).
Outros três ativistas da ex-colônia britânica receberam sentenças com suspensão condicional da pena sob as mesmas acusações: participação em uma assembleia ilegal e incentivar outros a fazer o mesmo.
A sentença foi anunciada uma semana depois que os líderes do grupo organizador da vigília anual foram acusados de incitar a subversão e de invadir o museu dedicado à história da repressão da Praça Tiananmen de Pequim em 1989.
Durante três décadas, a Aliança de Hong Kong organizou vigílias a cada 4 de julho para recordar as vítimas da repressão.
O ex-vice-presidente da aliança, Albert Ho, já condenado a 18 meses de prisão por outros casos, recebeu nesta quarta-feira uma sentença de seis meses por comparecer à vigília e de 10 meses por incitar a participação.
O evento, um dos símbolos das liberdades de Hong Kong, foi proibido nos últimos dois anos.
As autoridades alegaram motivos vinculados ao coronavírus, mas a proibição coincide com a ação do governo da China para acabar com a dissidência neste centro de negócios internacional após as grandes, e em alguns momentos violentas, manifestações de 2019.
Apesar da proibição, dezenas de milhares de pessoas desafiaram a ordem e compareceram em 2020 à vigília no parque Victoria do centro da cidade.
Pouco depois da data, a China impôs uma lei de segurança nacional no território, teoricamente semiautônomo, que calou a dissidência e provocou a detenção de mais de 100 figuras do movimento pró-democracia.