O candidato às eleições presidenciais de Cabo Verde Carlos Veiga está na Europa para se encontrar com as comunidades cabo-verdianas e em França viu a juventude “com vontade muito grande para participar nas eleições”
“Os cabo-verdianos gostam do seu país e querem o melhor para o seu país. Têm uma ligação sentimental muitíssimo forte com Cabo Verde, visitam o país frequentemente e interessam-se pelo país. Veiga vê a juventude com vontade em participar nas eleições e politicamente em Cabo Verde”, afirmou Carlos Veiga em entrevista à agência Lusa.
No sábado, Carlos Veiga reuniu na cidade de Amiens, no norte de França, um grupo de cabo-verdianos residentes em França, representantes de uma das maiores comunidades cabo-verdianas em todo o mundo.
A este encontro, os imigrantes trouxeram preocupações como “ineficiência na resolução de problemas administrativos, meios aéreos e despacho de encomendas”.
Para o candidato às eleições presidenciais, é necessário aproximar e modernizar a administração para quem está fora do país.
“Estas questões têm a ver como a nossa administração trabalha. Como Presidente da República eu tentarei influenciar para que a nossa administração seja modernizada e irei trabalhar para que a diferença entre residentes e não residentes seja esbatida nas questões em que essa residência não é relevante”, indicou.
Carlos Veiga vê a diáspora como “um ativo estratégico” para o país, mas também vê a juventude com vontade em participar nas eleições.
Quanto a outros problemas do país que são motivo de queixa dos imigrantes, como a companhia aérea nacional, Carlos Veiga tem tentado explicar os problemas.
“A pandemia destruiu o sistema de transportes aéreos em todo o Mundo. Cabo Verde não foi exceção. O Governo já tomou as medidas que devia tomar, a meu ver, bem. E está a programar um regresso da TACV [Transportes Aéreos de Cabo Verde]. Daqui a seis meses tem de estar a voar, tem uma nova administração. Os problemas estão a ser resolvidos”, defendeu o candidato.
Já para contribuir para a retoma económica, Carlos Veiga vê a França como um importante país para a promoção do turismo de qualidade em Cabo Verde.
“O nosso turismo está a recomeçar. Os franceses têm sido os turistas que mais têm vindo a Cabo Verde, num turismo diversificado. Um turismo de natureza, montanha, fazendo circuitos diferentes dos roteiros de sol e praia no Sal e na Boavista. França é um lugar onde a promoção de Cabo Verde como destino turístico de qualidade pode ser feita”, defendeu.
Após Amiens, Carlos Veiga vai estar em Roterdão, passando por Espanha, com uma rápida passagem também por Bruxelas, partindo depois para os Estados Unidos.
O candidato já esteve em Lisboa, Senegal, Guiné-Bissau, contando ainda com passagens por Angola e São Tomé e Príncipe antes do arranque oficial da campanha em Cabo Verde, no dia 01 de outubro.
Cabo Verde realiza eleições presidenciais em 17 de outubro de 2021 – depois de autárquicas em outubro de 2020 e legislativas em abril passado -, às quais já não concorre Jorge Carlos Fonseca, que cumpre o segundo e último mandato como Presidente da República.
O Tribunal Constitucional anunciou, em 24 de agosto, que admitiu as candidaturas a estas eleições de José Maria Pereira Neves, Carlos Alberto Wahnon de Carvalho Veiga, Fernando Rocha Delgado, Gilson João dos Santos Alves, Hélio de Jesus Pina Sanches, Joaquim Jaime Monteiro e Casimiro Jesus Lopes de Pina.