A Coreia do Norte exibiu tratores e caminhões de bombeiros, e não os habituais tanques e mísseis, em um desfile nesta quinta-feira (9) na capital Pyongyang para celebrar o aniversário da fundação do país, informou a agência estatal de notícias KCNA.
Pyongyang mantém os programas de armas nucleares e mísseis balísticos, pelos quais enfrenta sanções internacionais, e geralmente utiliza os desfiles para exibir seus projetos mais recentes.
Em um desfile em janeiro, celebrado uma noite antes da posse de Joe Biden como presidente dos Estados Unidos, os militares norte-coreanos exibiram mísseis balísticos para submarinos na Praça Kim Il Sung, diante de um sorridente Kim Jong Un.
A agência KCNA descreveu na ocasião um dos mísseis como a “arma mais poderosa do mundo”.
Mas nesta quinta-feira, o “evento de forças paramilitares e de segurança pública” incluiu destacamentos do ministério das Ferrovias e do Complexo de Fertilizantes Hungman, de acordo com a KCNA.
Estudantes com fuzis, funcionários com máscaras de gás e trajes de proteção de cor laranja e unidades paramilitares mecanizadas desfilaram na capital, enquanto os participantes e o público compareceram ao evento sem máscaras contra a covid, segundo imagens divulgadas pela agência.
As maiores armas exibidas eram pequenas peças de artilharia puxadas por tratores, que segundo a KCNA foram conduzidos por trabalhadores de cooperativas agrícolas “para atacar os agressores e suas forças vassalas com poder de fogo aniquilador em uma emergência”.
O dirigente do país, Kim Jong Un, vestido com um terno cinza de estilo ocidental, compareceu ao evento, marcado pelos gritos da multidão durante os fogos de artifício.
“Estamos monitorando a situação de perto. Precisamos de mais análises para ter mais detalhes”, declarou uma fonte do ministério da Coreia do Sul sobre o desfile.
Nesta quinta-feira, República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte, comemora 73 anos de sua fundação.
O país comunista não executa testes nucleares ou lançamento de mísseis balísticos intercontinentais desde 2017.
O regime utiliza os desfiles para enviar uma “mensagem à comunidade internacional” sem ficar exposto a represálias, explica Hong Min, pesquisador do Instituto Coreia para a Unificação Nacional, em Seul.
“A única outra forma de mostrar suas armas estratégicas é lançá-las, o que os expõe a um protesto e a mais sanções internacionais”, declarou Hong Min à AFP.