Início Portugal Doentes com cancro e infetados com SARS CoV-2 produzem anticorpos contra o vírus

Doentes com cancro e infetados com SARS CoV-2 produzem anticorpos contra o vírus

Ana Mafalda Inácio

Médicos do Hospital de Santa Maria e cientistas do Instituto de Medicina Molecular estudaram 72 pacientes internados com covid e descobriram que os doentes oncológicos também criam anticorpos contra o vírus, independentemente da gravidade da doença base. O estudo já foi publicado na revista The Oncologist.

SARS-CoV-2 invadiu o mundo no final de 2019 a partir da província de Wuhan, na China. E a 11 de março a Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciava o que mais se temia: uma pandemia. Nessa altura, Portugal começava a registar os primeiros casos de infeção e os hospitais organizavam-se para abrir portas e tratar uma infeção sobre a qual muito pouco se sabia.

No Hospital de Santa Maria, em Lisboa, o Serviço de Medicina Interna, mais especificamente a enfermaria 2-A, organizou-se e preparou-se para receber só este tipo de doentes. Um ano depois, continua a fazê-lo, mas a equipa médica soube, assim que chegaram os primeiros casos, que além de os tratar haveria algo mais a fazer. “Era nossa obrigação contribuir com investigação clínica e dar o nosso contributo científico no âmbito da infeção SARS-CoV-2”, afirma Catarina Mota, a especialista em Medicina Interna e professora catedrática que ajudou a montar o projeto levado a cabo por uma equipa de médicos do Hospital de Santa de Maria e de cientistas do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes (iMM). Um trabalho que já deu resultados – foi publicado recentemente na revista científica The Oncologist – e que teve como missão avaliar a reação de doentes oncológicos à infeção por SARS-CoV-2.

O objetivo era obter resultados que pudessem sustentar as decisões clínicas dos oncologistas. O que conseguiram, também graças à parceria com a ciência, a qual também só é possível por “a nossa instituição estar integrada no Centro Académico de Medicina de Lisboa, que estimula a formação clínica e a investigação. Portanto, quando começámos a ver estes doentes, a tratá-los e a acompanhá-los, sentimos que havia algo a fazer e numa colaboração mais estreita com a investigação científica, pois sabemos que é esta relação entre prática clínica e ciência que nos permitirá, no futuro, prestar melhores cuidados de saúde”, refere Catarina Mota.

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