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EUA instam Hong Kong a “parar de atacar a comunicação social”

Os Estados Unidos “condenaram firmemente” esta quinta-feira a detenção de cinco responsáveis do jornal pró-democracia Apple Daily, em Hong Kong, apelando às autoridades do território para “pararem de atacar os meios de comunicação social livres e independentes”.

“Esses esforços para asfixiar a liberdade de imprensa e restringir a livre circulação da informação não prejudicam só as instituições democráticas de Hong Kong, mas também são nocivos para a credibilidade de Hong Kong e a sua viabilidade como um entreposto internacional”, declarou o porta-voz da diplomacia norte-americana Ned Price.

A detenção dos cinco jornalistas ocorreu durante a segunda rusga em menos de um ano à redação do jornal diário que está na mira das autoridades.

O Reino Unido reagiu ao sucedido acusando a China de utilizar a sua lei sobre a segurança nacional para atacar as “vozes dissidentes” em Hong Kong.

O chefe da diplomacia britânica, Dominic Raab, afirmou, na rede social Twitter, que Pequim devia “proteger e respeitar” a liberdade de imprensa, nos termos dos compromissos assumidos na data da entrega à China, em 1997, do antigo território colonial britânico.

Estas detenções são o mais recente golpe infligido ao jornal do magnata Jimmy Lai, atualmente preso por ter participado, em 2019, em algumas manifestações pró-democracia.

Mais de 500 polícias participaram hoje de manhã nesta operação relacionada com artigos publicados pelo Apple Daily “apelando para sanções” contra Hong Kong e os dirigentes chineses, segundo a polícia.

Foi a primeira vez que o conteúdo de um artigo de jornal causou detenções, ao abrigo da drástica lei de segurança nacional imposta no ano passado por Pequim.

Os jornalistas do Apple Daily transmitiram em direto na rede social Facebook vídeos da operação policial e das detenções.

Numa mensagem dirigida aos seus leitores, o Apple Daily afirmou que a liberdade de imprensa “está por um fio” em Hong Kong, mas que todos os membros do jornal continuarão “firmes e determinados”.

O sindicato dos jornalistas classificou a operação policial como uma “violação gratuita da liberdade de imprensa” que “é testemunho da forma como o poder da polícia aumentou no âmbito da lei”.

Os cinco jornalistas foram detidos “por conluio com um país estrangeiro ou com elementos externos visando pôr em perigo a segurança nacional”.

Segundo o comissário principal da polícia de Hong Kong, Steve Li, as funções que os jornalistas ocupavam tornam-nos “responsáveis pelo conteúdo, estilo e regras em matéria de reportagem”.

A polícia anunciou igualmente que 18 milhões de dólares de Hong Kong (cerca de dois milhões de euros) de bens detidos pelo Apple Daily foram congelados.

Trata-se da primeira apreensão de ativos de uma empresa de comunicação social realizada no território.

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