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Angola reduz previsão de produção de petróleo em 27 mil barris/dia para 2021

Lusa

A produção petrolífera de Angola deverá ficar este ano nos 1,193 milhões de barris de petróleo diários, uma meta inferior em 27 mil barris face às previsões iniciais, mas que o ministro angolano do Petróleo quer fazer cumprir

“Para 2021, a previsão inicial era de 1.220.400 barris de petróleo/dia, entretanto houve um ajuste intercalar e temos como previsão 1.193.420 barris e o que estamos a fazer é no sentido de cumprir esta nova previsão”, adiantou o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Azevedo, em entrevista à Lusa.

O responsável lembrou que a produção angolana é maioritariamente proveniente de campos maduros, que já atingiram um pico de produção e estão em fase de declínio, o que só poderá ser revertido ou mitigado com investimentos na pesquisa, tendo sido aprovada uma estratégia nacional para aumentar o conhecimento sobre o potencial de petróleo em Angola.

Também em 2020, a meta de 1.283.450 barris por dia ficou aquém do previsto e Angola produziu apenas 1.271.460 barris.

“Devido à covid-19, o preço do petróleo sofreu uma baixa relevante, o que levou também ao atraso na atividade de sondagem de novos poços, muito importante para a sustentabilidade da previsão”, justificou Diamantino Azevedo.

O ano passado ficou marcado por quedas acentuadas nas cotações de petróleo, levando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), à qual pertence Angola, a atuar no sentido de equilibrar o mercado, ajustando a produção.

Com as projeções a apontarem para um aumento da procura global de petróleo entre 2022 e 2025, impulsionado pelo regresso ao crescimento de algumas economias, são de esperar reflexos a nível de preços, mas Diamantino Azevedo é cauteloso quanto a uma possível revisão do valor definido no Orçamento Geral do Estado (39 dólares).

“Não temos previsão de revisão até este momento do preço previsto. É certo que ficaríamos satisfeitos se a média do preço ficasse acima do previsto no orçamento”, declarou.

O governante admitiu que houve falta de investimento no setor, sublinhando que, quando assumiu as suas funções, em outubro de 2017, ficou claro que seriam necessárias mudanças, que o executivo tem estado a promover.

Destacou entre estas a introdução de um novo modelo de governação em que foi retirada a função concessionária à petrolífera estatal Sonangol, agora assumida pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANPG), a criação de um instituto regulador e o lançamento de um programa de licitações de blocos petrolíferos que se estende até 2025, bem como alterações à legislação para facilitar o investimento.

“Vamos lançar em breve, através da ANPG, um estudo sobre a competitividade da indústria de petróleo em Angola, vai ser um instrumento para aperfeiçoar o ambiente de negócios em Angola”, avançou.

O Governo tem estado também a trabalhar no aumento da capacidade de refinação do petróleo em Angola, prevendo a construção de três novas refinarias em Cabinda, cujas obras já se iniciaram, Soyo, atualmente em fase de negociações com o consórcio americano que venceu o concurso, e Lobito, cujo projeto está mais atrasado, embora o ministro mantenha a intenção de concluir a infraestrutura no atual mandato.

“Foi necessário fazer reajustes no projeto porque não estávamos satisfeitos com o custo de capital”, afirmou Diamantino Azevedo, acrescentando que a revisão da componente tecnológica e económica já terminou e, em breve, o projeto será retomado.

Também “avançado” está o processo em torno da exploração de gás não associado ao petróleo, através de um consórcio em que participam a Sonangol e as multinacionais que operam em Angola (BP, Chevron, Total e Eni).

“Estamos a finalizar tudo para que o consórcio possa finalmente, entrar em ação em breve”, referiu o governante, sem avançar datas.

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